A Secretaria de Informação Social (Secom) da Presidência da República, comandada pelo ministro Sidônio Palmeira, negou qualquer relação com a Rede Minerva, um projeto talhado ao combate à desinformação. Apesar disso, a iniciativa surgiu em seguida diálogos envolvendo integrantes da própria Secom. A rede é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e conta com orçamento de R$ 54 milhões.
Os recursos vêm do Ministério da Saúde, que destinou R$ 12,1 milhões, e do Fundo de Resguardo dos Direitos Difusos (FDD), subordinado ao Ministério da Justiça, que contribuiu com R$ 42 milhões.
Origem e estrutura do projeto
Segundo o diretor do Instituto Brasílico de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Tiago Emmanuel Nunes Braga, o projeto nasceu a partir de uma “interlocução com a Secretaria de Estudo, Estratégia e Fala [da Secom]”.
Embora a Secom tenha rejeitado participação direta, o projeto foi iniciado no final de 2023, e já no primeiro ano o Ibict recebeu R$ 10,5 milhões, conforme revelou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
Atuação da rede é mantida sob sigilo
Apesar do financiamento público, a Rede Minerva opera com pouca transparência. A divulgação de relatórios e dados produzidos só começou em seguida questionamentos feitos pela prelo. Segundo o Ibict, o teor será disponibilizado ao público “ao longo do tempo”.
O projeto tem previsão de duração até 2026. Partes das pesquisas, uma vez que relatórios de monitoramento de redes sociais, são classificadas uma vez que de aproximação restrito a órgãos públicos.
Parcerias institucionais e destinação dos recursos
O site da Rede Minerva lista uma vez que parceiros:
- Ministério da Saúde
- Instalação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
- Parecer Vernáculo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
- Financiadora de Estudos e Projetos
- Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
- Fundo de Resguardo de Direitos Difusos
O FDD, principal financiador do projeto, utiliza verbas oriundas de multas aplicadas a empresas, com o objetivo de reparar direitos difusos, ou seja, interesses coletivos da sociedade.
Monitoramento de redes sociais inclui opositores
Entre os materiais analisados pela reportagem, constam relatórios com citações a publicações feitas por políticos da oposição, uma vez que os deputados federais Carlos Jordy (PL-RJ), Julia Zanatta (PL-SC) e Gustavo Gayer (PL-GO). As postagens monitoradas tratavam de temas uma vez que vacinação, Bolsa Família, PCC e Movimento Sem-Terreno.
A tarefa de monitoramento das redes sociais não é realizada diretamente pelo Ibict, mas sim pelo Laboratório de Internet e Ciência de Dados (Labic) da Universidade Federalista do Espírito Santo.
O Labic informou que o volume de postagens monitoradas é maior do que o que foi disponibilizado ao jornal.
Diretor do Ibict recebe bolsa aprovada por ele mesmo
Os recursos financeiros chegam à Rede Minerva por meio da Instalação de Espeque da Universidade Federalista de Minas Gerais (Fundep), respaldada por uma portaria publicada em julho de 2024.
Com isso, o Ibict concede bolsas aos próprios integrantes. Um dos beneficiados é o diretor da entidade, Tiago Emmanuel Nunes Braga, que passou a receber R$ 7 milénio por 16 horas mensais de trabalho — o equivalente a 4 horas por semana. A bolsa foi concedida por meio de autorrecomendação, método descrito uma vez que “indicação do coordenador”.
Viagem à Cuba foi a mais face do projeto
Além das bolsas de pesquisa, os recursos da rede também cobrem despesas com contratação de serviços, compra de equipamentos e viagens internacionais.
O maior gasto registrado até agora foi com o envio de um pesquisador à Cuba, onde participou do IV Conversa Internacional Pátria, promovido pela Unión de los Periodistas de Cuba. A viagem custou R$ 16,5 milénio.
Natividade/Créditos: Contra Fatos
Créditos (Imagem de revestimento): Reprodução
https://www.aliadosbrasiloficial.com.br/noticia/secom-nega-vinculo-com-rede-anti-fake-news-mantida-pelo-governo-com-verba-milionaria/Natividade/Créditos -> Aliados Brasil Solene