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O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente da República, prestou um aguardado testemunho ao Supremo Tribunal Federalista (STF) nesta sexta-feira (23), no contexto do sindicância que investiga uma suposta tentativa de golpe atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a militares próximos ao governo anterior.
O testemunho, transportado pessoalmente pelo ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso, foi marcado por firmeza, negações categóricas e críticas contundentes ao atual governo federalista, principalmente no que diz reverência aos acontecimentos do dia 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes em Brasília.
Logo no início de sua fala, Mourão foi direto: “Não tenho conhecimento de qualquer pronunciação golpista.” Rejeitou qualquer envolvimento pessoal em planos de ruptura institucional e negou de forma veemente a verdade das informações atribuídas a ele por terceiros no curso da investigação. Um exemplo citado foi a suposta frase “o Peru é logo ali”, que teria sido dita por ele uma vez que um suposto incentivo a uma investida contra as instituições. Mourão foi taxativo: “Nunca falei que ‘o Peru é logo ali’.”
O senador ainda se defendeu da citação de seu nome por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que em delação premiada teria incluído Mourão entre os militares cientes de reuniões para debater uma provável perenidade do governo por meios ilegais. Mourão, porém, adotou uma postura cautelosa: “Não posso expor que ele era mentiroso, até porque não tive ingresso ao que ele disse.”
Ao abordar os ataques de 8 de janeiro, o general da suplente apontou responsabilidade direta do atual governo pelos atos de vandalismo. “O que aconteceu no 8 de Janeiro foi uma inação por segmento do governo, que deveria ter acionado os meios respectivos”, afirmou. Segundo ele, havia sinais claros de que um pouco poderia intercorrer, e o ostentação estatal falhou em agir preventivamente.
Mourão também relembrou o clima institucional conturbado no final de 2022. Em prece uma vez que presidente em treino, depois o recesso de Bolsonaro, foi vaiado por apoiadores do portanto presidente ao proteger a transição pacífica de poder e o reverência às instituições. Segundo ele, “o silêncio de lideranças públicas só alimentou a tensão e gerou desgaste injusto para as Forças Armadas.”
Durante o interrogatório, houve uma tentativa dos advogados de Bolsonaro de questionar Mourão sobre sua opinião a reverência da suposta orquestração dos atos de 8 de janeiro. A pergunta foi prontamente barrada por Moraes, que alegou: “A testemunha não é um perito. Testemunha não pode chegar a nenhuma desfecho.” A mediação gerou desconforto momentâneo, mas o testemunho prosseguiu normalmente.
O clima do testemunho, segundo relatos, foi de reverência institucional, mas não sem tensões veladas. Mourão evitou confrontar diretamente o ministro Moraes, mas suas respostas e observações críticas evidenciaram um distanciamento do prece solene do Supremo quanto à narrativa de que houve uma tentativa coordenada de golpe de Estado por segmento dos militares.
O testemunho de Mourão é considerado uma peça medial dentro da traço de investigação que procura identificar o papel de generais e figuras próximas a Bolsonaro na crise institucional do término de 2022 e início de 2023. Sua postura no Senado tem sido a de resguardo das Forças Armadas e de críticas pontuais ao governo Lula, principalmente em áreas uma vez que segurança, economia e relações institucionais.
Nos bastidores políticos, a fala de Mourão já repercute entre parlamentares de oposição e também entre militares da suplente. Para muitos, o testemunho reforça a tese de que não houve uma conspiração militar, mas sim uma série de falhas políticas e administrativas por segmento do atual governo e de setores radicais do eleitorado.
Já para aliados do governo, o testemunho não muda o foco das investigações. A equipe do ministro Moraes considera que, independentemente do que foi dito por Mourão, há um conjunto robusto de evidências que ainda precisa ser analisado, incluindo mensagens, gravações e testemunhos de outros envolvidos.
O texto completo do testemunho foi classificado uma vez que sigiloso, mas trechos vazados à prensa já estão sendo discutidos em círculos políticos e jurídicos. Mourão, por sua vez, se mantém firme em sua posição e promete continuar contribuindo com a Justiça “na resguardo da verdade e da Constituição”.
O caso segue sob estudo do STF, com novos depoimentos previstos para as próximas semanas. A tensão política em torno do sindicância promete se intensificar, principalmente com a aproximação do calendário eleitoral de 2026.
https://jornalbrasilonline.com.br/revelado-depoimento-de-general-mourao-frente-a-frente-com-moraes//Manadeira/Créditos -> JORNAL BRASIL ONLINE