O que deveria ser uma audiência técnica e recto, transformou-se num verdadeiro tribunal de intimidação. Irritado, Moraes perdeu a serenidade que se exige de um magistrado e ao perceber a esdrúxula narrativa do “golpe de Estado” escorregando por entre os dedos, partiu para a coerção verbal e a desqualificação da testemunha — um general de Tropa com 50 anos de serviço prestado.
Freire Gomes, que em testemunho anterior à PF teria indigitado sinais de adesão do almirante Garnier aos planos de Bolsonaro, agora apresenta nuances, recua das interpretações e reforça que não pode inferir o que Garnier quis proferir ao “estar com o presidente”. Essa mudança, em vez de ser compreendida porquê legítima revisão ou precisão de memória, foi tratada porquê quebreira. Moraes o interrompeu, elevou o tom, lançou aviso e praticamente o acusou de falso testemunho ao vivo.
A resguardo tentou projetar trechos do testemunho vetusto para embasar a novidade fala. Moraes vetou.
Transparência? Nenhuma. Debate jurídico? Só se for solilóquio. O mesmo ministro que conduz o questionário, acusa, interroga e julga, agora também se permite deslegitimar testemunhas e silenciar advogados, com microfones cortados e portas fechadas.
A pergunta inevitável: o que se quer provar — e a qualquer dispêndio?
O testemunho do general expôs um tanto ainda mais grave do que a inconsistência das versões: a completa deterioração do devido processo lícito. Se até um ex-comandante do Tropa é tratado porquê réu implícito, com ameaço velada e exposição pública, imagine o cidadão generalidade. Moraes parece menos interessado na verdade dos fatos e mais hipotecado em preservar uma narrativa que começa a ruir. E, diante disso, opta pelo grito e pelo veto.
O espetáculo dominador segue — agora com novo ato: “intimidar para controlar, repreender para não perder”. Jornal da cidade
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