O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) se manifestou publicamente contra a política tarifária adotada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos estrangeiros. Em sua avaliação, a decisão representa uma ruptura significativa com o protótipo de negócio internacional fundamentado em regras multilaterais e cooperação global — um protótipo construído em seguida a Segunda Guerra Mundial.
Mudança no cenário global: término de uma era no negócio internacional
Segundo Mourão, a adoção das novas tarifas não surpreende, mormente para os analistas que acompanham a trajetória política e econômica de Trump. Desde sua posse, o logo presidente norte-americano já indicava sua inclinação por políticas protecionistas. Ainda assim, o senador gaúcho destacou que a graduação e o alcance das medidas aplicadas superaram até mesmo as previsões mais pessimistas.
“De certa forma, o pregão não foi uma surpresa, pois, a partir de sua posse, os analistas econômicos não duvidavam de que barreiras tarifárias ocorreriam. Porém, a graduação e o escopo das mesmas só fizeram confirmar os piores temores. Com uma única penada, Washington restringiu severamente o negócio internacional”, afirmou Mourão.
Com a imposição de tarifas, os Estados Unidos elevam os custos de importação de diversos produtos, prejudicando as exportações de vários países, inclusive o Brasil. Essa movimentação, de harmonia com o senador, enfraquece os pilares do negócio internacional colaborativo e tende a cevar um cenário de rivalidade e competição desleal.
Impacto direto no Brasil: agronegócio na risco de queimada
Um dos pontos que mais preocupam Mourão é o revérbero direto das medidas sobre setores estratégicos da economia brasileira. Mesmo que o Brasil tenha sido incluído no grupo com menor taxação — submetido a uma tarifa de 10% — os efeitos podem ser severos.
O senador destacou mormente os impactos sobre o agronegócio, setor que historicamente contribui de forma significativa para o PIB pátrio e para a geração de empregos. Entre os produtos mais vulneráveis estão o moca virente e o suco de laranja, duas commodities importantes nas exportações brasileiras para o mercado norte-americano.
Para Mourão, a medida afeta diretamente a competitividade dos produtos brasileiros no exterior, podendo gerar prejuízos econômicos e perda de espaço no mercado internacional. “Essa tarifa, ainda que menor, representa um travanca mercantil importante para produtos nos quais o Brasil é líder global. O agronegócio brasílio pode sentir os efeitos rapidamente, com queda nas exportações e prejuízos para os produtores nacionais”, alertou.
Brasil precisa de uma novidade postura internacional, afirma Mourão
Diante desse cenário provocador, Mourão defende uma mudança de postura do Brasil nas relações comerciais com o mundo. Para o senador, é fundamental que o país adote uma posição mais estratégica e independente, priorizando seus interesses econômicos e geopolíticos.
“É hora de estarmos juntos, pensando tão somente nos interesses legítimos do Brasil. Ovacionar cegamente o ‘Tio Sam’ é fechar os olhos para a veras mundial e para a urgência de o Brasil poder negociar com o mundo todo”, enfatizou.
Mourão ressalta que a política externa não pode ser pautada unicamente pela simpatia ideológica com determinados governos, mas sim por uma visão pragmática e voltada à resguardo do interesse pátrio. Isso, segundo ele, exige maturidade diplomática, visão geopolítica e capacidade de negociação multilateral.
Interesses geopolíticos em jogo: mais do que uma questão econômica
Para além das implicações comerciais, o senador observa que as tarifas impostas pelos Estados Unidos fazem secção de uma estratégia geopolítica mais ampla. Segundo Mourão, a medida visa solidificar os interesses dos EUA em um cenário internacional cada vez mais fragmentado e competitivo.
“Não é só uma questão de economia. Envolve interesses geopolíticos e o uso da estratégia indireta para conseguir objetivos nacionais dos Estados Unidos. Temos que perceber essa veras, suas diversas facetas e atuar com prudência e assertividade na marcação de posições que são do nosso interesse”, explicou.
O parlamentar labareda a atenção para o risco de o Brasil ser arrastado para disputas entre grandes potências se não tiver nitidez sobre seus próprios objetivos no cenário internacional. Ele defende que o país mantenha sua autonomia diplomática e fortaleça suas relações comerciais com diferentes blocos e nações, evitando dependências excessivas.
A hora de fortalecer o multilateralismo
Porquê opção às políticas protecionistas, Mourão defende o fortalecimento do multilateralismo, com o Brasil atuando de forma ativa em fóruns internacionais uma vez que a Organização Mundial do Negócio (OMC), o G20 e blocos uma vez que o Mercosul e os BRICS.
Na visão do senador, é nesse tipo de pronunciação que o Brasil pode ampliar seu espaço de negociação, tutelar suas pautas estratégicas e buscar acordos que favoreçam o desenvolvimento sustentável e a soberania econômica. Ele também sugere que o país invista em acordos bilaterais mais equilibrados e que busque ampliar sua presença em mercados alternativos àqueles dominados por potências tradicionais.
Desenlace: o duelo de manter a soberania econômica
As declarações de Mourão refletem uma preocupação crescente com o rumo das relações comerciais internacionais e o papel do Brasil nesse cenário. Com a escalada de medidas unilaterais por secção de potências uma vez que os Estados Unidos, o país se vê diante do duelo de proteger sua economia e sua soberania diante de pressões externas.
Para isso, segundo o senador, é necessário largar a ingenuidade diplomática e adotar uma postura firme, realista e orientada por interesses nacionais muito definidos. “Precisamos agir com lucidez estratégica, sem nos deixar levar por simpatias ideológicas. O Brasil tem potencial para liderar, negociar e crescer — desde que saiba onde quer chegar”, concluiu.
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