Cacique Raoni cobra de Lula indicação de sucessor e proteção dos povos indígenas

Em viagem à Povoado Piaraçu no Parque do Xingu, no Mato Grosso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi cobrado nesta sexta-feira, 4, pelo cacique Raoni Metuktire sobre mostrar um sucessor que continue o “trabalho de proteger os povos indígenas”.

No encontro, a liderança indígena destacou que convidou Lula três vezes antes para que ele fosse visitar o território, na Bacia do Rio Xingu, e disse não querer “entrar em incoerência” com o presidente.

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“Quero pedir ao senhor para pensar no seu sucessor, que tem que ser o próximo presidente da República, para continuar seu trabalho de proteger os povos indígenas e o nosso território”, disse em oração traduzido por um tradutor.

Raoni também advertiu Lula sobre a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, deixando simples que é contra a atividade. “Estou sabendo que lá na foz do rio Amazonas, o senhor está pensando no petróleo debaixo do mar. Penso que não. Essas coisas, na forma que estão, garantem que a gente tenha o meio envolvente e a terreno com menos poluição e aquecimento.”

No encontro, o presidente concedeu a Ordem Pátrio do Préstimo no proporção Grã-Cruz ao líder indígena, “em razão dos relevantes serviços prestados em resguardo dos direitos dos povos indígenas, da Floresta Amazônica e do meio envolvente”, segundo consta de decreto publicado no Quotidiano Solene da União (DOU).

Lula disse que o dia era de homenagem, mas também de “escuta para encaminhamento das soluções”. “Sabemos que há muito a ser feito, mas nossas políticas convergem no sentido de confirmar integralmente os direitos indígenas”, afirmou.

O cacique fez secção do grupo de pessoas que subiu a rampa do Palácio do Planalto ao lado do presidente na posse do terceiro procuração dele na Presidência.

Lula foi ao território indígena escoltado da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e dos ministros Carlos Fávaro, da Lavradio e Pecuária; Marina Silva, do Meio Envolvente; Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário; e Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas. Segundo o Planalto, a teoria é a comitiva ouvir as demandas locais sobre a ampliação de programas para os povos indígenas do Xingu.