A reforma ministerial que está sendo discutida no governo de Luiz Inácio Lula da Silva deve trazer mudanças significativas nas próximas semanas. O cenário se torna mais dinâmico com a possibilidade de novos nomes, porquê o deputado federalista Guilherme Boulos (PSol-SP), integrando o Palácio do Planalto, além de possíveis alterações em ministérios-chave, porquê o das Mulheres, o da Ciência e Tecnologia, e o do Desenvolvimento Agrário.
Mudanças nos Ministérios e Pressões Internas
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, está no meio de um desgaste interno devido a acusações de assédio moral e discriminação no ministério, o que gerou investigações e o arquivamento da denúncia pela Percentagem de Moral da Presidência. Mesmo assim, ela é vista porquê uma das ministras mais propensas a deixar o governo. Dentro do PT, há uma disputa para ver quem ocuparia sua vaga, com a senadora Teresa Leitão (PT-PE) sendo uma das cogitadas, embora a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, seja atualmente a principal candidata.
Porém, essa troca pode ser mais estratégica, pois abriria caminho para a nomeação de um nome do Centrão para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), uma pasta de grande relevância, com orçamento de R$ 16,6 bilhões em 2025. O partido PSD, que já ocupa outras pastas no governo, seria o principal interessado em assumir o MCTI, substituindo a atual gestão. No entanto, a decisão de Lula sobre a incorporação de mais partidos do Centrão ainda gera incertezas, principalmente posteriormente o proclamação da ingresso de Gleisi Hoffmann na Secretaria de Relações Institucionais e a provável nomeação de Guilherme Boulos para a Secretaria-Universal de Governo, uma pasta estratégica para dialogar com movimentos sociais.
Verosímil Participação do PSB
Outra possibilidade discutida nos bastidores é a nomeação da deputada Tabata Amaral (PSB-SP) para o Ministério da Ciência e Tecnologia, uma forma de atender ao PSB e prestigiar o prefeito do Recife, João Campos, com quem Lula tem estreitado relações. Esse movimento também teria porquê objetivo aumentar a participação de partidos da esquerda na gestão, sem necessariamente se aproximar mais do Centrão, o que seria uma estratégia para fortalecer a base política de Lula com vistas a sua reeleição ou a eleição de um sucessor em 2026.
Desafios no Ministério do Desenvolvimento Agrário
Outro ministério que pode ser impactado pela reforma é o do Desenvolvimento Agrário, sob a gestão de Paulo Teixeira. A pasta tem sido intuito de críticas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terreno (MST), que acusam o governo de não seguir com a reforma agrária, um compromisso de campanha de Lula. Apesar disso, o ministro Teixeira tem enfrentado resistência interna e externa, o que aumenta as especulações sobre sua provável saída.
O ex-ministro da Secretaria de Notícia Social (Secom), Paulo Pimenta, e o presidente da Companhia Vernáculo de Provisão (Conab), Edegar Pretto, são nomes que estão sendo cogitados para substituir Teixeira. Lula, por sua vez, parece disposto a satisfazer as promessas feitas ao MST e buscar uma solução para as críticas à pasta. Na quarta-feira, ele se reuniu com Teixeira e confirmou um evento no Quilombo Campo Grande, onde anunciará novas políticas para o movimento e para a lavoura familiar, incluindo a entrega de 12 milénio lotes para famílias assentadas.
O Repto Político e a Governabilidade
Com a popularidade em queda e um cenário político tenso, a reforma ministerial parece ser uma tentativa de Lula de prometer maior governabilidade. A aproximação com o Centrão, embora tenha seu dispêndio político, pode ser crucial para o progresso das pautas do governo, mas também corre o risco de distanciar setores mais à esquerda. A oposição interna no governo, a pressão por uma maior representação da esquerda e os desafios para mourejar com críticas porquê as do MST colocam Lula em uma posição difícil. O sucesso dessa reforma dependerá de sua habilidade em lastrar os interesses internos e externos, ao mesmo tempo que tenta se preparar para a disputa presidencial de 2026.
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