Jair Bolsonaro Se Manifesta Sobre Delação de Mauro Cid: “Foi Tortura”
Na última quarta-feira (19/2), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a se manifestar sobre a denúncia da Procuradoria-Universal da República (PGR), que envolveu a delação de seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid. Em entrevista, Bolsonaro classificou a delação uma vez que uma verdadeira “tortura” e afirmou que seu ex-auxiliar foi pressionado a mudar seu testemunho. As declarações ocorreram depois o ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF), Alexandre de Moraes, ter retirado o sigilo das gravações e dos depoimentos de Cid, criando novos desdobramentos no caso.
Retirada do Sigilo e a Pressão sobre Mauro Cid
A decisão de Alexandre de Moraes de retirar o sigilo dos depoimentos de Mauro Cid, coligado à licença de um prazo de 15 dias para que Bolsonaro e os demais denunciados apresentassem suas defesas, foi crucial para o curso das investigações. A PGR acusa os 34 denunciados de estarem envolvidos em uma tentativa de golpe de Estado no término de 2022, com o objetivo de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nos documentos que foram divulgados, trechos de uma audiência realizada em novembro de 2024 mostram o ministro Alexandre de Moraes pressionando o tenente-coronel Cid a expressar a verdade durante o testemunho, diante da presença do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Essa pressão foi um dos pontos que Bolsonaro usou para substanciar suas críticas à delação, alegando que o ex-ajudante de ordens foi claro de coerção.
Bolsonaro Acusa Coerção: “Foi Tortura”
Em sua fala, Bolsonaro não poupou palavras ao criticar a forma uma vez que as investigações estavam sendo conduzidas. Ele se referiu aos depoimentos de Mauro Cid uma vez que “tortura” e alegou que as gravações divulgadas comprovam que o ex-auxiliar foi forçado a mudar seu posicionamento durante o testemunho. O ex-presidente fez referência a vídeos vazados, onde o ministro Alexandre de Moraes teria feito ameaças à família de Cid, incluindo seu pai, esposa e filha.
“A delação do Cid: tortura. Vocês viram segmento dos vídeos vazados agora. Foi tortura. O Alexandre de Moraes ameaçando o pai, a esposa e a filha, e ele [Cid] mudando os seus posicionamentos”, disse Bolsonaro, reforçando sua versão sobre os eventos.
O Papel da Delação de Mauro Cid nas Investigações
A delação de Mauro Cid se tornou um elemento médio na investigação que culminou na denúncia de 34 pessoas, incluindo o ex-presidente Bolsonaro. Antes da divulgação dos documentos, os advogados dos acusados haviam questionado a falta de chegada às provas que embasavam a denúncia. Com a decisão de Moraes de liberar os registros, o sigilo dos depoimentos foi retirado, permitindo que mais informações fossem compartilhadas publicamente.
O ministro do STF argumentou que o sigilo não se justificava mais, pois não havia mais risco para o colaborador nem para o curso das investigações. A partir dessa decisão, as partes envolvidas, incluindo os acusados e seus advogados, passaram a ter chegada às gravações e aos depoimentos que ajudaram a sustentar a denunciação de envolvimento em um suposto golpe de Estado.
Bolsonaro Defende sua Inocência e Afirma: “Não Apoiei Nenhum Golpe”
Em mais uma tentativa de se proteger das acusações, Bolsonaro voltou a negar qualquer envolvimento em um provável projecto golpista no final de 2022. Em suas palavras, o ex-presidente questionou uma vez que ele poderia ser responsável por um golpe contra si mesmo, visto que a tentativa de impedir a posse de um presidente eleito não faria sentido para ele.
“Não apoiei nem teve tentativa de golpe. Porquê eu posso dar golpe em mim mesmo? Você dá golpe contra uma domínio investida do missão”, declarou Bolsonaro, tentando desqualificar as alegações feitas pela PGR.
Aliás, Bolsonaro também abordou discussões que ocorreram em seu governo sobre a possibilidade de um estado de sítio e estado de resguardo, medidas previstas na Constituição para momentos de crise. Segundo ele, essas discussões eram exclusivamente uma forma de explorar “remédios constitucionais” e não indicavam qualquer projecto golpista.
As Acusações Contra Bolsonaro
A denúncia formal da PGR aponta que Jair Bolsonaro teria cometido uma série de crimes durante e depois o processo eleitoral de 2022, envolvendo-se diretamente em uma tentativa de golpe para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. Os crimes atribuídos a ele incluem organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, derrogação do do estado democrático de recta, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Essas acusações geraram uma vaga de repercussão no cenário político, uma vez que Bolsonaro era o presidente em tirocínio durante o período em questão e, portanto, figura médio na investigação. A denúncia da PGR foi acompanhada de perto por diversos analistas políticos, que avaliaram os desdobramentos uma vez que um ponto crucial na definição da responsabilidade de Bolsonaro em relação aos eventos pós-eleição.
Restrições Judiciais e Impedimento de Viagens
Além das acusações e investigações, Bolsonaro enfrenta outras restrições judiciais que limitam sua liberdade de ação. Uma das mais notáveis foi a retenção de seu passaporte, que o impediu de comparecer à posse do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em janeiro deste ano. A medida foi imposta por conta das investigações em curso, com o objetivo de evitar que o ex-presidente fugisse do país enquanto as acusações eram apuradas.
Essas restrições fazem segmento de um conjunto de medidas judiciais que foram adotadas para prometer que Bolsonaro estivesse disponível para os desdobramentos das investigações. O ex-presidente, por sua vez, tem se mostrado contrário a essas medidas, interpretando-as uma vez que uma tentativa de cercear sua liberdade.
O Porvir das Investigações e o Cenário Político
Com a liberação dos depoimentos e a ininterrupção das investigações, o cenário político envolvendo Jair Bolsonaro e seus aliados segue em um momento frágil. As acusações de envolvimento em um golpe de Estado e os questionamentos sobre sua conduta durante o final de seu governo colocam o ex-presidente em uma posição de vulnerabilidade. A resguardo de Bolsonaro continuará a discutir contra as acusações, buscando rejeitar as alegações da PGR e tentando mostrar que não houve qualquer tipo de conspiração para impedir a posse de Lula.
Enquanto isso, o Supremo Tribunal Federalista e a Procuradoria-Universal da República seguem conduzindo as investigações, com o objetivo de esclarecer os fatos e instituir a responsabilidade dos envolvidos. O caso de Bolsonaro se tornou um dos mais emblemáticos na política brasileira e poderá ter repercussões significativas para o porvir político do ex-presidente e de seus aliados.
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