O mercado comemorou a queda da aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De pacto com o Datafolha, ela recuou 11 pontos percentuais em somente dois meses. A informação, segundo analistas, repercutiu com uma redução ainda mais acentuada da cotação do dólar e a um progressão do Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), nesta sexta-feira (14/2).
Na avaliação de Emerson Vieira Junior, responsável pela mesa de câmbio da Convexa Investimentos, vários fatores contribuíram com o “bom humor do mercado” nesta sexta-feira. Eles incluem um menor impacto das tarifas de importação impostas pelo presidente americano, Donald Trump, além de sinas de desaquecimento da economia americana, com menor progressão do varejo.
“Mas a divulgação da pesquisa com a baixa na aprovação de Lula também contribui com a aceleração da queda do dólar no termo da tarde”, diz Vieira Junior. Nesta sexta, a moeda americana fechou com poderoso recuo de 1,26%, cotado a R$ 5,69.
A mesma opinião sobre a relação dólar-pesquisa foi expressa por Marcelo Bolzan, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital. Para ele, a informação do Datafolha, divulgada por volta das 16 horas, “acelerou o otimismo com a Bolsa e fez o dólar tombar”.
“Ela mostrou que a aprovação do Lula caiu bastante, de 35% para 24%”, diz. “Ele nunca teve uma avaliação tão ruim. A Bolsa, que estava subindo ao longo do dia em torno de 1,80%, disparou para uma subida de 2,70%.”
Para Bolzan, os juros futuros também “cederam ainda mais”. O exegeta acredita que o mercado reagiu à “possibilidade de Lula não ser reeleito”.