A Teka Tecelagem Kuehnrich, uma das mais tradicionais empresas da indústria têxtil do Brasil, informou que seu gestor judicial apresentou um pedido para que o processo de recuperação judicial da empresa seja convertido em “falência com atividade continuada”.
O que aconteceu
- Segundo a administradora judicial, apesar dos esforços para a reforma da empresa, a Teka não conseguiu executar os compromissos assumidos no projecto de recuperação.
- A decisão sobre a conversão da recuperação judicial em falência caberá ao Poder Judiciário.
- A recuperação judicial da Teka já dura mais de 12 anos, desde 2012.
O que diz a Teka
De negócio com a companhia, o pedido envolve a manutenção do funcionamento da Teka, com a racionalização do pagamento aos credores e a perpetuidade das marcas da empresa no mercado.
“Assim, neste momento, a Teka reafirma seu compromisso com o cumprimento das suas obrigações assumidas, na manutenção dos empregos e na plena produção de suas fábricas”, afirmou a empresa, em enviado.
Atualmente, a companhia conta com muro de 2 milénio funcionários e possui fábricas em Blumenau (SC) e Artur Nogueira (SP).
Entre janeiro e setembro do ano pretérito, a Teka registrou um prejuízo de R$ 133,7 milénio, o que correspondeu a uma subida de 16,9% em relação às perdas do mesmo período de 2023.
As receitas da empresa, por sua vez, somaram R$ 240,9 milénio – aumento anual de 12,1%.
A Teka também informou que fechou um negócio com a Procuradoria Universal do Estado de São Paulo envolvendo débitos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) inscritos em dívida ativa.
A recuperação judicial é um processo que permite às organizações renegociarem suas dívidas, evitando o fechamento das atividades, demissões ou falta de pagamento aos funcionários. Por meio desse instrumento, as empresas ficam desobrigadas de remunerar aos credores por qualquer tempo, mas têm de apresentar um projecto para concertar as contas e seguir em operação.
Em linhas gerais, a recuperação judicial é uma tentativa de evitar a falência.
Leia a íntegra do enviado da Teka:
“Informamos que a gestão judicial protocolou na data de ontem, junto à Vara Regional de Falências, Recuperação Judicial e Extrajudicial de Jaraguá do Sul, responsável pelo processamento do caso, nos autos do processo n° 00236742320128240008, pedido de convolação da ‘Recuperação Judicial’ em ‘Falência com Atividade Continuada’ .
Tal pedido ainda não foi considerado judicialmente, nem mesmo as partes interessadas foram intimadas para sintoma.
Esclarece-se ainda que o pedido realizado pela gestão judicial consiste justamente na manutenção da empresa em funcionamento, com a racionalização dos pagamentos aos credores e a permanência da Teka no mercado, perante a sua importante função social para as comunidades de Blumenau/SC e Artur Nogueira/SP, mantendo-se os empregos e a geração de produtos e renda.
Assim, neste momento, a Teka reafirma seu compromisso com o cumprimento das suas obrigações assumidas, na manutenção dos empregos, entrega de pedidos, atendimento aos clientes e fornecedores e na plena produção de suas fábricas”.