Trocas de mensagens, de contrato com a Polícia Federalista (PF), indicam que militares investigados por suposto envolvimento em planos golpistas ironizaram a possibilidade de prisão ao assinarem uma epístola de texto antidemocrático. As conversas, tornadas públicas nesta terça-feira (26), mostram os oficiais utilizando uma figurinha do ministro do STF, Alexandre de Moraes, com “cabeça de pênis” para se referir a ele.
A epístola, intitulada “Missiva ao Comandante do Tropa de Oficiais Superiores da Ativa do Tropa Brasiliano”, teria sido destinada aos chefes das Forças Armadas e continha apelos contra a normalidade democrática. Em uma troca de mensagens, o solene Roland Araújo e o major Sérgio Cavaliere discutem a elaboração do texto e, ao falar sobre as consequências, mencionam a possibilidade de prisão. Cavaliere ironiza: “Já dá pra fustigar um golzinho no banho de sol”, em referência ao tempo de recreação talhado a presidiários.
Reuniões e pedestal questionado
Outro trecho do relatório envolve conversas entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e o coronel Bernardo Romão Corrêa Netto. Eles discutem uma reunião ocorrida em 14 de dezembro de 2022, na qual teria sido apresentada uma minuta de decreto que visava volver o resultado das eleições presidenciais.
Corrêa Netto pergunta: “GFG cagou?”, seguido por “GFG cagou solenemente”. Segundo Cid, a {sigla} GFG fazia referência ao general Freire Gomes, que teria se manifestado contrariamente à proposta. A reunião também contou com a presença do portanto ministro da Resguardo, Paulo Sérgio Nogueira, e dos comandantes das Forças Armadas.
A investigação segue apontando elementos que conectam os oficiais a práticas que, segundo a PF, tentavam pronunciar ações contra o resultado eleitoral e a ordem democrática.