Milhares de colombianos foram às ruas nesta quinta-feira (19) para proteger as reformas propostas pelo governo de Gustavo Petro. Os atos foram organizados por partidos políticos que compõem a coalizão governista Pacto Histórico, além de sindicatos e movimentos populares. Durante a sintoma, o mandatário defendeu não só a melhora nas condições das pensões, porquê também a redução da idade para a aposentadoria e se posicionou contra as investigações sobre ele e seu governo.
“Eu acho que a humanidade deveria pensar que ao invés de aumentar a idade da aposentadoria, o que se deveria discutir no mundo é porquê reduzir a idade para pensão. Essa porcaria colocada na cabeça nos coloca a pensar que a vida do ser humano é trabalhar, trabalhar e trabalhar. Que erro enorme”, afirmou.
Além de Bogotá, outras capitais de estados colombianos receberam manifestações, porquê Cali, Manizales e Medellín.
Petro propõe três reformas para renovar o Estado colombiano. A primeira delas é uma reforma no sistema de pensões. O projeto determina que todos os cidadãos devem contribuir com um fundo público em valor proporcional a três salários mínimos. A partir desse valor, a tributo deve ser feita em um fundo privado. A teoria é liberar recursos públicos para ajudar idosos sem aposentadoria.
O governo também procura realizar uma reforma tributária, com o objetivo reduzir as regras fiscais para os gastos públicos. Na prática, é uma forma de o governo ter uma flexibilidade maior para fazer investimentos, sem amarrar os gastos ao prolongamento econômico. O governo também propõe aumentar o importo de renda para quem ganha supra de US$ 4 milhões (R$ 21 milhões) por ano.
A terceira proposta é transformar a saúde em um recta fundamental e instituir que o Estado seja responsável pelo sistema de saúde de maneira universal. Com isso, as chamadas Empresas Promotoras de Saúde (EPS) perdem a influência na prestação do serviço. Essas ferramentas são uma forma de licença da gestão de hospitais e unidades de saúde que seriam públicos.
As reformas têm sido combatidas por setores empresariais, que afirmam que o governo vai ampliar a dívida pública. Para o presidente, esses grupos mostram um enorme “egoísmo social”.
As marchas foram organizadas em meio a novas denúncias do mandatário de um um golpe de Estado contra ele. Dessa vez, o caso envolve a investigação do Parecer Pátrio Eleitoral (CNE) sobre o financiamento de sua campanha presidencial, em 2022. A investigação afirma que Petro teria extrapolado o limite de gastos para a disputa presidencial em mais de 5,3 bilhões de pesos (R$ 7 milhões aproximadamente).
Segundo a Constituição colombiana, a única instituição que pode terebrar uma investigação contra um presidente da República é a Percentagem de Investigação e Denúncia da Câmara dos Deputados. O CNE é um órgão administrativo e pode investigar campanhas eleitorais. No entanto, o resultado dessas investigações não pode recair sobre um presidente em treino, mas sobre o partido político do mandatário e organizadores da campanha.
De entendimento com Petro, as marchas também mostram esteio ao governo em um momento de tensão que envolve uma perseguição judicial
“Não vamos proteger unicamente o recta à pensão. Não só chegamos a isso, mas viemos proteger todos os direitos e liberdades do povo colombiano, e uma dessas liberdades é que o povo votou no presidente e derrotou a oligarquia colombiana pela primeira vez, ordenando uma mudança na obséquio do povo, e essa ordem não é desobedecida”, afirmou.
Edição: Thalita Pires
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