A deputada federalista Silvia Waiãpi (PL-AP), reconhecida por sua atuação em resguardo dos povos indígenas e da Amazônia, apresentou uma moção de repúdio na Câmara dos Deputados contra a ex-ministra francesa Christiane Taubira. A iniciativa ocorreu em seguida declarações de Taubira durante evento na Universidade de São Paulo (USP), onde atualmente coordena um estudo sobre os biomas brasileiros uma vez que titular da Cátedra José Bonifácio.
Segundo Waiãpi, em sua primeira fala pública em seguida assumir a cátedra, Taubira afirmou que “agora é o mundo que vai deliberar sobre o horizonte da Amazônia”, o que, na visão da parlamentar, configura uma quebreira direta à soberania vernáculo.
“Ela nos chamou, nós, brasileiros, e até mesmo os povos que habitam a Amazônia, de incompetentes, néscios, ineptos para deliberar o horizonte de onde nós nascemos e onde nós vivemos”, disse Waiãpi em exposição na Câmara. “É uma clara interferência na soberania brasileira.”
A deputada, que é indígena da etnia Waiãpi e tem pautado sua atuação em resguardo da autodeterminação dos povos da floresta, afirmou ainda que a enunciação de Taubira desrespeita tanto o povo brasílio quanto os povos originários que habitam a região amazônica há milênios.
Presença polêmica
Christiane Taubira, ex-ministra da Justiça da França e figura influente na política progressista europeia, foi convidada pela USP para liderar a Cátedra José Bonifácio em 2025, com o foco voltado a temas ambientais, justiça climática e cooperação internacional. Sua escolha já havia causado desconforto em setores mais conservadores do Congresso, que consideram a presença de autoridades estrangeiras em temas sensíveis uma vez que a Amazônia uma potencial ameaço à autonomia brasileira.
O principal ponto de discórdia foi a fala de que o “mundo” deve deliberar o rumo da Amazônia, numa traço frequentemente criticada por setores nacionalistas por sugerir tutela internacional sobre território brasílio. Para Silvia Waiãpi, essa abordagem ecoa discursos históricos de ingerência e colonialismo ambiental:
“Não é admissível que uma ex-ministra de outro país venha a solo brasílio e declare, sem constrangimento, que decisões sobre nosso território caberão à comunidade internacional”, completou.
Repercussão e resposta da USP
Até o momento, nem a Universidade de São Paulo nem a própria Taubira se pronunciaram oficialmente sobre a moção de repúdio ou sobre a versão feita pela deputada de suas declarações.
Entretanto, setores acadêmicos e ambientalistas avaliam que a fala de Taubira pode ter sido retoricamente mal interpretada, dentro de um exposição mais espaçoso sobre cooperação internacional frente à crise climática global — que envolve, necessariamente, a preservação da Amazônia.
Ainda assim, o incidente expõe as tensões recorrentes entre soberania vernáculo e governança ambiental internacional, num momento em que o Brasil tenta fortalecer sua imagem uma vez que liderança climática global sem penetrar mão do controle sobre seu território.
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