A Goiás Business Consultoria e Serviços (GO2B) denunciou ao Ministério Público Federalista (MPF) a existência de um suposto esquema articulado pela cúpula dos Correios envolvendo “contratações de interesse privado”.
Na denúncia, obtida pela revista Veja, e noticiada na sexta-feira 6, a empresa fala em “prática de coerção” e “insulto de poder”. A denúncia relata pedidos frequentes de empregos para contatos e até a mulher de um dos dirigentes dos Correios.
Os pedidos, segundo a empresa, vinham acompanhados de promessas de quitação dos pagamentos atrasados. A GO2B rescindiu o contrato com os Correios no término de dezembro de 2023 alegando ser vítima de um “calote escandaloso”.
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A GO2B cuidava de serviços relacionados a logística e suporte, setor operacional, recrutamento e seleção, mão de obra temporária e atendimento pátrio aos Correios.
“A situação enfrentada pela GO2B não é um caso só, tampouco um erro pontual”, diz um trecho da denúncia. “Trata-se da face exposta de um padrão estrutural de desvios, fraudes, aparelho e disfunções institucionais promovidas ou toleradas por setores estratégicos da ECT-Correios.”
Segundo a empresa, “o que está em curso é a deterioração moral e funcional de uma das maiores estatais do país, que perdeu a capacidade de notabilizar gestão pública de proteção corporativa”.
Empresa relata coerção para admitir indicações
No documento enviado ao MPF, a empresa mostra mensagens de WhatsApp com pedidos frequentes de empregos.
“A estatal, por meio de representantes da subida gestão, buscou fabricar uma falsa semblante de imparcialidade ao se aproximar da GO2B, ‘simulando’ uma disposição para resolver pendências contratuais”, diz outro trecho da denúncia. “Essa estratégia visava retardar a adoção de medidas judiciais por segmento da GO2B e obter, no período, vantagens indevidas em forma de contratações de empregados terceirizados indicados por essas mesmas figuras.”
A empresa disse que se sentiu coagida a admitir as indicações por “receio de represálias”.
A Revista Oeste entrou em contato com a assessoria dos Correios para comentar sobre a denúncia e aguarda retorno.
A GO2B anuciou a término do contrato com os Correios em dezembro de 2023. A medida pegou de surpresa os quase 4 milénio funcionários lotados em todo o país contratados pela terceirizada.
Em nota, na estação, a empresa lamentou a medida e disse que a decisão foi tomada depois de um grande período de inadimplência dos Correios.
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“Tais ações comprometeram nossa capacidade de honrar com os compromissos financeiros e dar perpetuidade na prestação dos serviços”, disse a empresa em um trecho da nota.
Na estação, o Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos dos Rio Grande do Sul denuciou que a destituição de funcionários no Estado estava sendo feita pela GO2B até por mensagem de WhatsApp.
Crise nos Correios
Em meio a uma crise financeira, os Correios anunciaram, recentemente, um déficit de R$ 2,6 bilhões em 2024. Além do prejuízo financeiro, a estatal tem chamado a atenção pelo aumento gradual dos gastos com patrocínios.
A situação dos Correios será objeto de estudo da Percentagem de Fiscalização e Controle do Senado. Parlamentares têm se referido à iniciativa porquê “mini CPI”.
Mesmo com rombo histórico nas contas, os Correios saíram de um gasto médio de R$ 430 milénio com patrocínios ao ano, entre 2019 a 2022, para R$ 34 milhões só em 2024. Os dados fazem segmento de um levantamento do jornal Poder360.
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Outrossim, os Correios têm sido níveo reclamações das transportadoras, que denunciam detido nos pagamentos. As terceirizadas chegaram a paralisar os serviços leste ano em protesto contra o detido da estatal.
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