Miguel Uribe Turbay, senador e pré-candidato à presidência da Colômbia que foi vítima de um atentado na noite de sábado, 7, em Bogotá, é fruto da jornalista Diana Turbay, que foi sequestrada e morta durante a ofensiva violenta do privilégio de Medellín, portanto comandado por Pablo Escobar.
Diana foi sequestrada em 30 de agosto de 1990, ao concordar um invitação para o que acreditava ser uma entrevista com a liderança do grupo guerrilheiro ELN (Tropa de Libertação Vernáculo). Ela dirigia o noticiário televisivo Criptón e viajou até uma região montanhosa no leste de Antioquia com outros profissionais da prensa.
O invitação, no entanto, era uma emboscada montada por Los Extraditables (Os Extraditáveis, em tradução livre), partido formada por narcotraficantes a serviço de Escobar, que buscava impedir a extradição de colombianos para os Estados Unidos.
Além de Diana, foram sequestrados todos os integrantes da equipe de reportagem que cobriria a suposta entrevista. Eles foram levados a uma das propriedades do privilégio, onde permaneceram em cativeiro por muro de cinco meses.
Família não queria ação militar
Nos primeiros dias depois o desaparecimento, a família Turbay acreditava que o grupo estava em poder do ELN. Intermediários chegaram a procurar Alfonso Tubo, comandante das Farc, para tentar esclarecer o paradeiro dos jornalistas. A confirmação de que estavam sob o controle do privilégio de Medellín só veio semanas depois.
Filha do ex-presidente Julio César Turbay Ayala e de Nydia Quintero, ex-primeira-dama e ativista social, Diana era uma figura pública respeitada e se tornou uma refém estratégica para Escobar. Apesar dos apelos da família, o narcotraficante recusou qualquer tentativa de contato direto com os Turbay.
Em entrevista ao jornal El Tiempo, Nydia relatou ter implorado pessoalmente ao portanto presidente César Gaviria que evitasse uma ação militar. “Disse que atribuía igual responsabilidade a Escobar e ao governo que ordenou o resgate”, afirmou.
Mesmo com os pedidos da família, uma operação militar foi autorizada e ocorreu em 25 de janeiro de 1991, na região de Copacabana, em Antioquia. Durante o resgate, os sequestradores mandaram que os reféns subissem uma colina. Houve disparos, e Diana foi baleada. Um helicóptero do Tropa chegou a levá-la até um hospital em Medellín, mas ela chegou sem vida.
Versões conflitantes para a morte
As circunstâncias exatas da morte nunca foram completamente esclarecidas. Uma versão aponta que ela foi atingida por tiros dos próprios sequestradores. Outra, que foi baleada por militares durante o confronto. Em ambas, o desfecho foi trágico: Diana morreu poucas horas depois de ser ferida.
Um dos envolvidos no delito, Aldemar Bustos Tafur foi sentenciado por liderar o sequestro. Em prova, ele afirmou ter agido sob ordens diretas de Pablo Escobar. Inicialmente sentenciado a 30 anos de prisão, teve a pena reduzida para 20.
Anos depois, Miguel Uribe Turbay homenageou a mãe nas redes sociais. “Minha mãe deu a vida pela silêncio e pelo jornalismo. Foi assassinada pelo narcotráfico enquanto buscava um porvir melhor para os colombianos. É minha maior inspiração. Dela aprendi que os princípios não se negociam”, escreveu.
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