Bolsonaro anuncia “epístola na manga” para 2026 e menciona provável espeque de Trump
Fortaleza (CE) — 01 de junho de 2025 — O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) surpreendeu o público ao fazer uma enunciação polêmica e enigmática durante o 2º Seminário Pátrio de Informação do Partido Liberal, realizado nesta sexta-feira (30), em Fortaleza. Diante de uma plateia entusiasmada, Bolsonaro afirmou que possui uma “epístola na manga” para disputar as eleições de 2026 e revelou esperar a colaboração de ninguém menos que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Embora esteja atualmente inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro deu a entender que pretende retornar ao cenário eleitoral já no próximo pleito presidencial, previsto para outubro de 2026. A enunciação intensificou os rumores de que ele e seus aliados estariam articulando estratégias jurídicas e políticas para viabilizar uma eventual candidatura.
Durante o oração, Bolsonaro traçou um paralelo entre sua guia nas eleições de 2022 e a de Donald Trump nas eleições presidenciais americanas de 2020. Para o ex-presidente, ambos foram alvos de “sistemas poderosos” que atuaram contra suas reeleições, sugerindo, mais uma vez, a existência de forças institucionais e internacionais que influenciaram os resultados das urnas.
“Venceremos com a ajuda de Deus e também com a ajuda de outro país lá do setentrião”, declarou Bolsonaro, em referência clara aos Estados Unidos. A fala foi acompanhada de aplausos e gritos de espeque de seus simpatizantes presentes no auditório.
A menção direta a uma colaboração internacional causou alvoroço nas redes sociais e levantou questionamentos sobre o que exatamente o ex-presidente quis expor com “ajuda externa”. Segundo interlocutores próximos, Bolsonaro estaria apostando em uma federação simbólica e estratégica com o ex-presidente americano Donald Trump, que também tenta retornar ao poder em seu país.
Nos bastidores, aliados afirmam que a expectativa de uma vitória de Trump nas eleições americanas de 2024 poderia fortalecer a retórica bolsonarista e fornecer respaldo diplomático e político para a direita brasileira. Ambos os líderes compartilham um oração conservador, patriótico e contrário à “velha política globalista”, o que alimenta a identificação entre suas bases eleitorais.
“É a retomada de uma federação de valores, de ideais e de coragem contra o sistema que controla a política tradicional. Bolsonaro e Trump juntos representam um símbolo de resistência conservadora global”, disse um deputado do PL que esteve no evento.
Apesar do exaltação dos apoiadores, a enunciação de Bolsonaro também gerou críticas por secção de parlamentares da oposição e de analistas políticos. Para alguns, sugerir uma mediação ou espeque de uma potência estrangeira no processo eleitoral brasílico pode ser interpretado uma vez que uma sufocação à soberania vernáculo.
“É inadmissível que um ex-presidente brasílico fale em ajuda de um país estrangeiro para vencer eleições cá. Isso fere os princípios da independência e da autodeterminação do nosso povo”, reagiu a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), em nota publicada nas redes sociais.
Juristas também apontam que a fala de Bolsonaro poderá ser usada futuramente em ações judiciais, mormente se ele tentar volver sua inelegibilidade e se apresentar uma vez que candidato solene em 2026. Segundo alguns advogados, qualquer enunciação que dê margem à suspeita de interferência externa pode ser vista uma vez que tentativa de fragilizar o processo democrático brasílico.
No entanto, o oração de Bolsonaro deixa evidente que, inelegível ou não, ele continuará sendo a figura mediano da direita no país. Caso a candidatura direta não se concretize, há poderoso expectativa de que ele lance um nome de crédito, possivelmente um de seus filhos, uma vez que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ou até mesmo Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo.
A referência à “epístola na manga” ainda é motivo de especulação. Para alguns analistas, Bolsonaro pode estar se referindo a uma estratégia jurídica em curso para anular sua inelegibilidade, ou mesmo a um contrato político mais extenso que permita sua volta ao cenário eleitoral. Outros acreditam que o ex-presidente esteja exclusivamente mobilizando sua base com discursos simbólicos que reforcem sua liderança dentro do movimento conservador.
O evento em Fortaleza serviu também para reorganizar a notícia do PL em nível vernáculo. O partido, que continua sendo o maior da Câmara dos Deputados, procura unificar seu oração em torno da figura de Bolsonaro e preparar terreno para as eleições municipais de 2026, que serão um importante termômetro para a disputa presidencial.
Enquanto isso, Bolsonaro segue com sua agenda de viagens pelo país, participando de eventos, mobilizações e encontros com lideranças políticas. Embora fora do poder, o ex-presidente mostra que continua no meio do tabuleiro político e promete não transpor de cena tão cedo. A “epístola na manga” pode ainda não estar totalmente revelada — mas certamente já está em jogo.
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