O ex-ministro da Resguardo Aldo Rebelo, que já atuou em governos do PT e presidiu a Câmara dos Deputados entre 2005 e 2007, protagonizou uma cena de potente tensão no Supremo Tribunal Federalista (STF) na última sexta-feira (23). Durante um prova porquê testemunha de resguardo do almirante Almir Garnier — investigado por suposta participação em uma tentativa de golpe em 2022 —, Rebelo foi informado de forma ríspida pelo ministro Alexandre de Moraes, gerando indignação pública no dia seguinte.
A situação fugiu do tom protocolar esperado de uma oitiva judicial quando Aldo Rebelo tentou discutir a versão de um trecho em português. Moraes interrompeu a fala e ameaçou o ex-ministro com prisão por desacato. “Se o senhor não se comportar, o senhor será recluso por desacato”, afirmou o ministro, em tom duro e visivelmente irritado com a risco argumentativa de Rebelo.
No sábado (24), o ex-ministro reagiu de maneira incisiva. Por meio de suas redes sociais, ele publicou vídeos e textos criticando claramente a conduta do ministro Alexandre de Moraes e, de maneira mais ampla, o comportamento institucional do Supremo Tribunal Federalista. Em um dos vídeos, Rebelo acusou o STF de extrapolar os limites constitucionais, interferindo de maneira indevida nos outros Poderes da República.
“O Supremo foi, naturalmente, tomando paladar por arbitrar as disputas dentro do Legislativo”, declarou Rebelo, sugerindo que o Judiciário tem invadido competências próprias do Parlamento. “É uma situação quase sem limite. Qual a função do Legislativo, se o Supremo legisla?”, questionou.
As declarações de Rebelo não vieram de um outsider da política. Com décadas de atuação nos bastidores do poder, o ex-ministro conhece porquê poucos os mecanismos institucionais da República. Comunista histórico, atuou ao lado de Lula e Dilma Rousseff, foi ministro de Ciência e Tecnologia, Esporte e da Resguardo, além de presidir a Câmara dos Deputados durante um dos períodos mais turbulentos do governo Lula.
Sua postura sátira ao STF tem ganhado destaque, mormente em meio a um clima crescente de tensão entre o Judiciário e figuras políticas de diferentes espectros ideológicos. No caso específico do almirante Garnier, Rebelo foi chamado para testemunhar em resguardo do ex-comandante da Marinha, que está sendo investigado por suposta adesão a um projecto golpista nos dias que se seguiram à rota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
Rebelo afirmou que se limitava a fornecer uma versão técnica e política sobre os acontecimentos, fundamentado em seu conhecimento e experiência de Estado. No entanto, foi abruptamente interrompido por Moraes, que pareceu interpretar a argumentação porquê tentativa de interferência no curso do processo. A ameaço de prisão causou espanto não exclusivamente no depoente, mas também entre parlamentares e juristas que acompanham o caso.
A resposta de Rebelo no sábado ampliou ainda mais o debate sobre os limites de atuação do STF. “Vivemos uma distorção institucional perigosa, em que a Incisão que deveria exclusivamente interpretar a Constituição passou a ditar os rumos da política pátrio”, escreveu em uma das postagens. Em outra mensagem, lembrou que a Constituição de 1988 consagra o princípio da separação dos Poderes, o que, em sua visão, está sendo sistematicamente desrespeitado pelo Supremo.
As manifestações de Rebelo repercutiram nas redes sociais, dividindo opiniões. Enquanto alguns o elogiaram por sua coragem de enfrentar o que consideram ser um “autoritarismo judicial”, outros o criticaram, alegando que o STF está exclusivamente cumprindo seu papel diante de ameaças à democracia.
No Congresso, o incidente acirrou os ânimos. Deputados e senadores já vinham demonstrando preocupação com o protagonismo crescente do Judiciário e, em seguida o embate entre Moraes e Rebelo, novas manifestações em resguardo do estabilidade entre os Poderes surgiram. Há expectativa de que o caso reforce movimentos em curso por uma rediscussão dos limites de atuação do STF, incluindo possíveis propostas de emenda constitucional.
Aldo Rebelo, por sua vez, não demonstrou intenção de recuar. “Não fui ao STF para ser humilhado, mas para treinar um recta lítico porquê testemunha e cidadão”, afirmou em outro vídeo, com tom sereno, mas firme. “O que aconteceu ali não foi um incidente só. É revérbero de um processo em que o Judiciário se sente autorizado a silenciar qualquer voz que discorde da sua narrativa.”
A polêmica está longe de terminar. E o embate entre um experiente político e um dos ministros mais poderosos da Incisão poderá marcar um novo capítulo nas discussões sobre democracia, separação de poderes e liberdade de frase no Brasil.
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