Em mais um incidente que evidencia divergências internas no Supremo Tribunal Federalista (STF), o ministro Luiz Fux decidiu, nesta sexta-feira (24), pedir vista no julgamento de quatro réus acusados de participação nos atos do dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Com isso, os processos ficam oficialmente suspensos por até 90 dias, conforme determina o regimento interno da Galanteio.
O julgamento ocorria no plenário virtual da 1ª Turma do STF e envolvia os réus Cristiane Angelica Dumont Araujo, Lucimário Benedito de Camargo Gouveia, Roberto Rosendo e João Martinho de Oliveira. Todos já haviam recebido votos majoritários pela pena a 14 anos de prisão, mas a mediação de Fux interrompeu a epílogo do julgamento.
Mais uma suspensão por Fux
Esta não é a primeira vez que o ministro Luiz Fux intervém em processos relacionados aos acontecimentos de 8 de janeiro. No mês anterior, ele já havia interrompido o julgamento de Débora dos Santos, cabeleireira de Paulínia (SP), que ganhou notoriedade depois ortografar “perdeu, mané” com batom na Estátua da Justiça, símbolo do STF. Naquele momento, Fux alegou desproporcionalidade na pena de 14 anos inicialmente proposta pelos colegas e sugeriu punição mais branda — de somente um ano de prisão. Apesar da ponderação, foi voto vencido.
Sua postura recente repete a tendência de cautela diante das punições aplicadas pelo STF a manifestantes do 8 de janeiro. A decisão de suspender o julgamento reforça a percepção de que Fux procura penetrar espaço para reavaliação de penas e circunstâncias individuais dos réus.
Perfil dos réus e argumentos da resguardo
O caso que agora está suspenso envolve quatro pessoas com perfis distintos, mas que, segundo suas defesas, foram vítimas de abordagens indiscriminadas durante os tumultos registrados na Rossio dos Três Poderes.
Lucimário Gouveia, um dos réus, é empresário e ex-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Rio Virente, em Goiás. Recluso em 27 de janeiro de 2023 pela Polícia Federalista, Gouveia foi filmado nos atos envolvido em uma bandeira do Brasil. A resguardo alega que ele sofre de catarata em estágio avançado, já perdeu a visão de um olho e corre risco de facciosismo totalidade. Aliás, seus advogados solicitaram a licença de justiça gratuita, alegando problemas de saúde e dificuldades financeiras.
Cristiane Araujo, outra ré, é uma mulher de 59 anos, que morava sozinha em uma kitnet em São José (SC). Segundo sua resguardo, ela não participou de atos violentos e somente buscou abrigo no prédio do Senado durante o tumulto. Foi detida no lugar, mas os advogados sustentam que sua presença ali se deu por temor, e não por intenções criminosas.
Roberto Rosendo, 60 anos, é um autônomo de Campo Grande (MS) que, segundo relato à resguardo, foi a Brasília para participar de uma sintoma pacífica. Também foi recluso dentro das dependências do Parlamento, mas não há registros de seu envolvimento em atos de vandalismo.
Já João Martinho de Oliveira também nega ter praticado quaisquer crimes violentos, embora conste na denúncia que ele tenha invadido dependências do Congresso. Os detalhes do caso dele, no entanto, foram menos explorados na sessão interrompida.
Condenações polêmicas e críticas à dosimetria
As penas de 14 anos determinadas contra os réus têm sido motivo de controvérsia entre juristas e observadores do Judiciário. Críticos apontam para uma suposta falta de proporcionalidade nas condenações, argumentando que manifestantes sem antecedentes criminais estão recebendo punições semelhantes às de autores de crimes hediondos.
Luiz Fux, ao suspender o julgamento, dá novo fôlego a esse debate, principalmente ao considerar novamente os contextos individuais dos acusados. A expectativa agora gira em torno de uma vez que ele irá votar dentro do prazo regimental de 90 dias, e se sua posição poderá influenciar outros ministros.
Repercussão e impasses
A decisão de Fux foi recebida com reações mistas. Para setores que questionam o rigor com que o STF vem atuando nos julgamentos do 8 de janeiro, o gesto foi visto uma vez que um respiro de sensatez. Por outro lado, membros do tribunal e da opinião pública que exigem respostas firmes aos ataques à democracia consideram a atitude um retrocesso e um travanca à responsabilização dos envolvidos.
O clima na Galanteio continua tenso. Ainda que haja maioria já formada para a pena dos réus, o pedido de vista paralisa os processos e impede que as penas sejam efetivadas.
Epílogo
Com o pedido de vista do ministro Luiz Fux, o STF adia novamente a epílogo de julgamentos polêmicos e sensíveis para a democracia brasileira. Enquanto o país segue dividido sobre uma vez que mourejar com os atos de 8 de janeiro, o Judiciário também parece longe de um consenso sobre a dosimetria das penas e o devido processo lítico. A decisão de Fux, mais uma vez, lança luz sobre os desafios de lastrar justiça, proporcionalidade e o saudação às garantias individuais em tempos de polarização e instabilidade institucional.
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