O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federalista (STF), solicitou nesta semana que a Procuradoria-Universal da República (PGR) e a Advocacia-Universal da União (AGU) se manifestem sobre o isolamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). As instituições têm um prazo de cinco dias para apresentar seus pareceres.
A decisão ocorre posteriormente o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) ordenar, na última quinta-feira (15), o isolamento de Ednaldo. A medida está relacionada a uma investigação sobre suposta falsificação da assinatura do ex-presidente da CBF, Coronel Nunes, em um concórdia que teria validado a permanência de Ednaldo no comando da entidade. A investigação foi solicitada pelo próprio ministro Gilmar Mendes.
CBF recorre ao STF e tenta barrar novidade eleição
No mesmo dia em que foi remoto, a CBF entrou com recurso no Supremo Tribunal Federalista para tentar volver a decisão da Justiça fluminense. Já na sexta-feira (16), Ednaldo Rodrigues apresentou um pedido com caráter de urgência ao STF para suspender o processo eleitoral marcado pela confederação para o próximo 25 de maio.
A resguardo de Ednaldo argumenta que, caso o STF reconheça — em julgamento previsto para o dia 28 de maio — a validade da reunião que o elegeu em 2022, a novidade eleição poderá ser considerada nula, o que geraria, segundo ele, “consequências institucionais irreparáveis”.
Relações entre CBF, IDP e o entorno de Gilmar Mendes levantam questionamentos
Além da crise na cúpula da CBF, o caso reacendeu debates sobre potenciais conflitos de interesse envolvendo o ministro Gilmar Mendes. Isso porque o Instituto Brasílio de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) — fundado por Mendes — firmou uma parceria com a CBF em 2023 para gerir cursos da CBF Academy, o braço educacional da entidade esportiva.
A situação ganhou novas camadas posteriormente vir a público que o rebento do ministro, Francisco Mendes, que é diretor do IDP, manteve conversas com Fernando Sarney, vice-presidente da CBF e responsável da ação que levou ao isolamento de Ednaldo. Sarney, rebento do ex-presidente José Sarney, teria buscado espeque para substanciar que a gestão de Ednaldo era insustentável.
Gilmar Mendes nega conflito de interesses
Em entrevista concedida ao portal UOL, Gilmar Mendes rebateu as críticas e negou qualquer irregularidade em sua atuação no caso. Ele mencionou diretamente as críticas feitas pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE), que questionou sua isenção em decisões ligadas à CBF.
“Não vou responder a sátira nenhuma do [Eduardo] Girão, todos o conhecem, inclusive no Ceará. Eu sou sócio do IDP e, em oferecido momento histórico, o IDP aceitou uma proposta da CBF para realizar os cursos que a CBF Academy fazia. Foi somente um contrato de recta privado dirigido pela direção do IDP. Não há nenhum conflito de interesse meu em relação a esta questão”, afirmou o ministro.
Gilmar também defendeu a credibilidade do instituto:
“O IDP, uma vez que sabem, é uma instituição extremamente conceituada no Brasil e no exterior. E neste caso, na verdade, [o IDP] estava organizando e cedendo seu bom prestígio à CBF, e não o contrário.”
Contexto político e institucional
A crise na CBF ocorre em um momento frágil para o futebol brasílico, com a proximidade da eleição na entidade e questionamentos sobre a legitimidade da atual diretoria. A disputa pelo comando da CBF também escancara os interesses políticos e empresariais que orbitam o futebol pátrio — uma das maiores vitrines do país no cenário internacional.
Com o STF agora no meio das decisões que podem ordenar os rumos da entidade, cresce a pressão por transparência e imparcialidade nas deliberações. O envolvimento de figuras ligadas ao Judiciário e à política pátrio adiciona um componente sensível ao imbróglio.
Próximos passos
As manifestações da PGR e da AGU devem ser decisivas para o curso do processo no STF. Enquanto isso, a CBF mantém marcada para o dia 25 de maio a eleição para um novo presidente, mesmo diante do pedido de suspensão feito por Ednaldo.
O julgamento no STF sobre a validade da reunião de 2022, previsto para o dia 28, poderá selar o fado do atual dirigente — e do horizonte da principal entidade do futebol brasílico.
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