O ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF), Alexandre de Moraes, atendeu nesta quarta-feira (30) aos pedidos apresentados pela resguardo do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados para que possam acessar, na íntegra, as provas coletadas pela Polícia Federalista (PF) no interrogatório que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Aproximação completo às provas da PF
Na decisão, Moraes destacou que, embora as defesas já tivessem tido chegada aos autos e documentos probatórios em diversos momentos ao longo da investigação, foi autorizado o chegada irrestrito às mídias e materiais apreendidos – inclusive àqueles que não foram diretamente utilizados na formulação da denúncia apresentada pela Procuradoria-Universal da República (PGR).
O ministro determinou que a Polícia Federalista informe, dentro de cinco dias, a melhor forma de prometer esse chegada tanto à resguardo quanto à PGR. No entanto, ele impôs uma salvaguarda: documentos que envolvam dados pessoais e fatos ligados à vida privada deverão ser mantidos sob sigilo. Caso os advogados queiram consultar esses materiais, precisarão fazer um pedido específico.
Primeira Turma já havia rejeitado nulidade
A autorização de Moraes acontece mesmo depois a Primeira Turma do STF ter rejeitado, por unanimidade, os argumentos da resguardo que alegavam nulidade no processo por falta de largo chegada às provas. A decisão anterior considerou que os direitos da resguardo já haviam sido respeitados e que os materiais estavam disponíveis nos autos em tempo hábil.
Apesar disso, o ministro decidiu deferir os novos pedidos, reafirmando o compromisso com o contraditório e a ampla resguardo.
Tarcísio e outras autoridades uma vez que testemunhas
Outro ponto importante da decisão foi a permissão para que o ex-presidente ouça testemunhas de resguardo, incluindo nomes de peso da política pátrio. Entre os indicados por Bolsonaro estão o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), o deputado federalista Eduardo Pazuello (PL-RJ) e o general Hamilton Mourão, ex-vice-presidente da República.
Moraes fez uma reparo sobre as chamadas “testemunhas abonatórias” – aquelas que não tratam diretamente dos fatos em investigação, mas sim da conduta, caráter e reputação do réu. Nesses casos, os depoimentos presenciais serão substituídos por declarações por escrito, uma vez que forma de otimizar o processo.
Outros acusados também terão testemunhas ouvidas
As defesas de outros envolvidos no processo também tiveram seus pedidos de oitiva de testemunhas aceitos. A exceção foi a do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, cuja resguardo apresentou uma lista com 37 nomes, sem especificar claramente quais testemunhas estariam relacionadas a quais acusações.
O ministro lembrou que, de convenção com a legislação penal, é permitido indicar até oito testemunhas para cada veste imputado. Diante disso, Moraes deu o prazo de 48 horas para que os advogados de Torres organizem e justifiquem corretamente as indicações.
Participação nas audiências de outros núcleos
Além do chegada às provas e da autorização para ouvir testemunhas, a resguardo de Bolsonaro e do general Walter Braga Netto também pediu para escoltar as audiências de outros grupos investigados dentro do mesmo interrogatório. Moraes informou que essa decisão será tomada posteriormente, conforme o progressão do processo.
Outro pedido curioso feito pelas defesas foi a instalação de uma televisão para que os ministros da Primeira Turma possam visualizar as provas que estão sendo analisadas e as que ainda serão produzidas. Sobre isso, o magistrado também indicou que a avaliação será feita no momento oportuno.
Denúncia da PGR foi aceita em abril
No mês anterior, a Primeira Turma do STF aceitou, por maioria, a denúncia da Procuradoria-Universal da República contra Bolsonaro e outros sete aliados. Segundo a PGR, o grupo fazia segmento do “núcleo mediano” de uma organização que planejava um golpe de Estado com o objetivo de impedir a posse do presidente eleito em 2022, Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre os denunciados estão também militares e ex-membros do governo Bolsonaro, que teriam articulado discursos, ações e estratégias institucionais para colocar em xeque o processo eleitoral e a credibilidade das instituições.
Sigilo, ampla resguardo e os próximos passos
A decisão de Moraes reforça a dualidade entre a manutenção do sigilo sobre aspectos sensíveis da investigação e a garantia do recta à ampla resguardo. O ministro tem sido um dos principais nomes na meio dos inquéritos que envolvem o ex-presidente e seus aliados, sendo escopo estável de críticas de setores políticos e de personalidades ligadas à prensa.
Glenn Greenwald, por exemplo, afirmou recentemente no Senado que as ações de Moraes representam uma criminalização do jornalismo – o que acirrou ainda mais os debates em torno da atuação do STF e da liberdade de sentença no país.
Desenlace
Com a liberação do chegada integral às provas e a autorização para ouvir testemunhas relevantes, a resguardo de Jair Bolsonaro ganha novos instrumentos para preparar sua estratégia jurídica. Ainda assim, o processo segue com potente repercussão política e jurídica, e cada novo movimento pode impactar diretamente o cenário eleitoral e institucional do Brasil.
Nos próximos dias, a expectativa se volta para a resposta da Polícia Federalista e para os desdobramentos da organização das testemunhas, mormente nos casos mais complexos, uma vez que o de Anderson Torres. O desenrolar dessas etapas será crucial para o ritmo e a meio do julgamento que envolve algumas das principais figuras da política pátrio.
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