O pastor Silas Malafaia, uma das principais lideranças evangélicas do Brasil e voz influente entre os defensores da anistia para os presos do 8 de Janeiro, voltou a brigar publicamente a meio da Câmara dos Deputados. Em novas declarações, Malafaia direcionou críticas incisivas ao presidente da Vivenda, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), acusando-o de agir contra o projeto de lei que propõe a anistia dos envolvidos nas manifestações ocorridas em Brasília no início de 2023.
Repudiação do pedido de urgência gera revolta
A principal sátira de Malafaia gira em torno da decisão de Hugo Motta de não pautar o pedido de urgência para o Projeto de Lei da Anistia. Segundo o pastor, essa postura do deputado seria uma manobra política para evitar que o tema avance dentro da Câmara. De tratado com ele, Motta justificou a decisão alegando que a proposta causaria “tensões entre os Poderes da República”.
Malafaia, no entanto, refutou essa explicação com veemência. Em tom duro, acusou o presidente da Câmara de mentir para o povo brasiliano:
> “Isso é moca! O projeto da anistia pertence ao Congresso Pátrio. Não pertence ao STF, nem a Lula e seu governo. Ele está enganando o povo brasiliano”, disparou o pastor.
Acusações de favorecimento ao Judiciário
Além da recusa em dar ligeireza ao projeto de anistia, Malafaia acusou Hugo Motta de agir com parcialidade ao propiciar pautas do Judiciário. Segundo o pastor, quatro projetos de interesse direto do Poder Judiciário foram colocados em regime de urgência sem que sequer houvesse os trâmites regimentais necessários.
> “Agora vem a denúncia gravíssima: Hugo Motta acaba de pautar a urgência de quatro projetos de interesse do Judiciário sem a assinatura dos líderes e que não tinham pedido de urgência. Não passaram pelas comissões. Eu provo: PL 769/2024, PL 4303/2024, PL 1/2025, PL 2/2025”, afirmou Malafaia.
A denúncia levanta questionamentos sobre a imparcialidade do presidente da Câmara na escolha das pautas que avançam com maior velocidade dentro da Vivenda Legislativa. Malafaia sugere que, ao priorizar projetos do Judiciário e travar os de interesse popular ou político, porquê a anistia, Motta estaria se alinhando a interesses que fogem à vontade da população.
Insinuações de interesses pessoais
Em um trecho ainda mais contundente de sua fala, Malafaia deixou de lado somente as críticas políticas e passou a sugerir que Hugo Motta pode estar agindo movido por interesses pessoais. Ele citou investigações em curso envolvendo o parlamentar e seus familiares porquê possíveis fatores que influenciariam suas decisões na presidência da Câmara.
> “Ele está fazendo um jogo sujo, porque tem investigação da Polícia Federalista contra ele e o pai dele”, acusou o pastor, sem apresentar detalhes ou provas das investigações mencionadas.
A fala elevou ainda mais a temperatura do embate, levando o conflito entre o líder evangélico e o deputado para um campo mais sensível e polêmico.
Contexto: a luta pela anistia
A proposta de anistia aos manifestantes presos por envolvimento nos atos do 8 de Janeiro tem gerado grande debate no Congresso e na sociedade. Grupos mais conservadores, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e diversos líderes religiosos, entre eles Malafaia, defendem a medida porquê um ato de justiça e reconciliação vernáculo.
Do outro lado, setores do Judiciário, parlamentares de núcleo e esquerda e movimentos de resguardo da democracia veem a proposta porquê uma tentativa de impunidade para atos que violaram o Estado de Recta.
Silas Malafaia tem sido uma das figuras mais ativas na mobilização pela aprovação da anistia. Suas falas inflamadas têm mobilizado milhares de apoiadores nas redes sociais e pressionado parlamentares a se posicionarem publicamente sobre o tema.
Silêncio de Hugo Motta
Até o momento, Hugo Motta não respondeu oficialmente às declarações de Malafaia. Nos bastidores, no entanto, comenta-se que o deputado estaria avaliando a repercussão do caso antes de se manifestar. A falta de uma resposta direta aumenta a tensão entre os grupos pró e contra a anistia e coloca o presidente da Câmara no núcleo de uma disputa política e ideológica.
Motta, que assumiu recentemente o comando da Câmara, vem tentando manter uma postura de estabilidade entre os interesses dos diversos setores do Congresso. No entanto, essa tentativa de neutralidade tem sido interpretada por muitos porquê preterição ou alinhamento a determinadas forças do sistema.
Cresce a pressão sobre o Congresso
A denúncia de Malafaia ganhou ampla repercussão nas redes sociais e impulsionou a mobilização dos grupos favoráveis à anistia. Nas últimas semanas, aumentaram os protestos e manifestações cobrando posicionamento dos parlamentares e ligeireza na tramitação do projeto.
Ao mesmo tempo, entidades ligadas ao Judiciário e movimentos de resguardo das instituições democráticas intensificaram sua campanha contra a medida, gerando um cenário de polarização ainda maior dentro do Legislativo.
Caminhos incertos
Com o progressão das acusações e o acirramento do debate, o horizonte do Projeto de Lei da Anistia permanece incerto. A escassez de consenso, somada à instabilidade política causada pelas denúncias de Malafaia, pode dificultar ainda mais o curso da proposta.
Enquanto isso, a pressão popular se intensifica e promete tornar o tema uma das pautas mais delicadas do atual cenário político brasiliano. Resta saber se Hugo Motta conseguirá manter a liderança da Câmara sem ceder aos dois lados que disputam a meio do horizonte legislativo da anistia.
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