A revista americana The New Yorker publicou nesta segunda-feira (8) um perfil extenso do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federalista (STF), descrevendo-o uma vez que um “jurista combativo” e um dos personagens centrais na disputa sobre os limites da atuação do Judiciário frente à desinformação e ao extremismo político nas redes sociais.
(Fotos: Fábio Setti/ Instagram)
Assinado pelo jornalista Jon Lee Anderson, o texto apresenta Moraes — chamado informalmente de “Big Alex”, em adaptação ao “Xandão” — uma vez que alguém “frequentemente descrito uma vez que o segundo varão mais poderoso do Brasil” e que “está testando os limites de sua poder”. O perfil será distribuído na edição impressa da revista em 14 de abril, sob o título Homens Fortes.
(Fotos: Fábio Setti/ Instagram)
Na reportagem, Anderson relata os esforços do ministro no enfrentamento ao que labareda de “direita radical do dedo”. Segundo o texto, Moraes enxerga o Brasil uma vez que um “campo de testes” para iniciativas políticas baseadas no uso intenso das redes sociais.
“De um lado, estavam Alexandre de Moraes e seus aliados. Do outro, uma coalizão internacional de influenciadores da direita, incluindo [o ex-presidente] Bolsonaro, [o bilionário] Elon Musk e, cada vez mais, [o presidente americano] Donald Trump”, escreve o jornalista.
(Fotos: Fábio Setti/ Instagram)
O perfil também aborda as decisões judiciais de Moraes que levaram ao bloqueio de plataformas uma vez que Telegram, X (velho Twitter) e, mais recentemente, o Rumble. As empresas afetadas contestam as medidas em ações judiciais nos Estados Unidos, alegando violações à Primeira Emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de sentença.
Ao comentar a possibilidade de pressão externa, Moraes ironizou: “Eles podem entrar com processos, podem colocar o Trump para falar. Se eles mandarem um porta-aviões, aí a gente vê. Se o porta-aviões não chegar até o Lago Paranoá, não vai influenciar a decisão cá no Brasil”.
Para o ministro, a mobilização do dedo se tornou uma prenúncio concreta à democracia. “A direita radical percebeu, durante a Primavera Mouro, que as redes sociais podiam mobilizar pessoas sem intermediários. Se Goebbels [ministro da propaganda nazista] estivesse vivo e tivesse chegada ao X, estaríamos condenados”, afirmou.
A reportagem também traz críticas de Moraes à forma uma vez que o noção de liberdade foi favorável por grupos políticos. “É uma façanha impressionante de lavagem cerebral”, disse, referindo-se à atuação de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O texto cita ainda a trajetória profissional de Moraes, desde sua formação em Recta pela USP até a chegada ao STF, destacando passagens pela promotoria e cargos na gestão pública de São Paulo. Segundo a revista, sua indicação ao Supremo ocorreu durante o governo de Michel Temer, depois ocupar o Ministério da Justiça.
“Quando me tornei ministro da Justiça, toda a esquerda me chamava de golpista. Eles me odiavam. Agora, é a direita radical que me odeia”, declarou Moraes.
O perfil apresenta opiniões divergentes sobre os limites da atuação do ministro. O jornalista Felipe Recondo, responsável de livros sobre o STF, afirma que “o risco é se gerar uma poder sem controle”. Anderson escreve que “por vezes, as investigações de Moraes extrapolaram os limites de sua poder”, citando uma vez que exemplo o bloqueio de contas em redes sociais sem justificativas públicas.
O texto também inclui declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que critica a influência de empresas de tecnologia na política. “Acho que, em nenhum país do mundo, ainda temos uma forma sofisticada de prometer soberania”, afirmou o presidente, ao comentar a atuação da Starlink, empresa de Elon Musk, na Amazônia.
Lula acrescentou que, atualmente, ameaças à democracia não dependem de tanques ou fechamento do Congresso. “Agora, alguém pode falar com 213 milhões de brasileiros sem nunca ter pisado no Brasil. Nenhuma empresa, por mais poderosa que seja, colocará nossa democracia em risco”, disse.
A material ainda traz entrevistas com a deputada Tabata Amaral (PSB-SP) e o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que defendem no Congresso uma regulamentação para responsabilizar plataformas digitais por discursos de ódio e desinformação. Também relata o caso da jornalista Patrícia Campos Mello, fim de ataques durante o governo Bolsonaro.
Por término, Moraes rebate a teoria de perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que se tornou réu por tentativa de golpe de Estado. “Não foi só a Polícia Federalista que os acusou — o próprio procurador-geral decidiu apresentar denúncia. Não há a menor possibilidade de o STF volver a inelegibilidade de Bolsonaro”, afirmou.
Bolsonaro está impedido de disputar eleições até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), denunciado de ataque de poder e uso indevido dos meios de notícia. Informações Jornal Brasil
https://www.jornalbrasilonline.com.br/2025/04/de-xandao-big-alex-com-fotos-inusitadas.html/Manancial/Créditos -> JORNAL BRASIL ONLINE