O Procurador-Universal da República, Paulo Gonet, surpreendeu nesta quinta-feira (27) ao pedir o arquivamento da investigação conduzida pela Polícia Federalista (PF) sobre possíveis fraudes no cartão de vacinação de Jair Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19. A decisão marca um ponto crucial no caso, que vinha sendo um dos principais focos de atenção na esfera política e jurídica do país.
A investigação da PF havia indiciado Bolsonaro e seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, sob as acusações de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público. No entanto, Gonet argumentou que não há elementos suficientes para responsabilizar criminalmente o ex-presidente e Gutemberg Reis de Oliveira.
As Acusações Contra Bolsonaro e Sua Resguardo
O caso tomou forma em março do ano pretérito, quando a PF apontou que Bolsonaro teria agido de maneira consciente para adulterar sua carteira de vacinação. Segundo as investigações, ele teria ordenado a Mauro Cid que intermediasse a inserção de informações falsas no sistema do Ministério da Saúde, beneficiando a si mesmo e a sua filha, Laura Bolsonaro.
A resguardo do ex-presidente sempre negou qualquer envolvimento na fraude e sustentou que não há provas concretas contra ele. A delação de Mauro Cid, que detalhou a suposta participação de Bolsonaro no esquema, foi considerada pelo encarregado da PGR uma vez que insuficiente para sustentar uma denúncia formal ao Supremo Tribunal Federalista (STF).
Quem Ainda Está na Mira da Justiça?
Embora Bolsonaro e Gutemberg Reis tenham sido retirados da investigação, outras 14 pessoas continuam sob estudo. Entre elas estão Gabriela Cid, esposa do tenente-coronel Mauro Cid, além do coronel Marcelo Câmara e do ex-major do Tropa Ailton Barros.
No parecer emitido por Gonet, ele destaca que as investigações sobre esses indivíduos devem seguir para instâncias ordinárias, ou seja, tribunais de primeira instância. Dessa forma, ainda há desdobramentos esperados no caso, mesmo com o arquivamento em relação ao ex-presidente.
A Decisão da PGR e Suas Implicações
O pedido de arquivamento pode ter consequências políticas e jurídicas significativas. Para os aliados de Bolsonaro, a decisão reforça a tese de que ele tem sido cândido de perseguição política. Já para os críticos, a medida pode ser vista uma vez que um prostração da independência das investigações e da própria atuação da Polícia Federalista.
Gonet justificou seu parecer afirmando que, além da falta de provas concretas, a PGR não pode apresentar uma denúncia baseada unicamente na vocábulo de um delator, sem outros elementos comprobatórios. Esse ponto levanta um debate importante sobre os limites da delação premiada e o peso que ela deve ter em processos judiciais.
Reações e Cenário Político
A decisão da PGR rapidamente gerou repercussão no meio político. Parlamentares ligados a Bolsonaro comemoraram a medida, argumentando que a Justiça estava sendo feita. Já setores da oposição criticaram o arquivamento, alegando que a investigação poderia ter sido aprofundada antes de ser encerrada.
Aliás, o arquivamento não significa o término dos problemas judiciais de Bolsonaro. Ele ainda é cândido de outros processos que investigam sua conduta durante e depois seu procuração, incluindo questões relacionadas às manifestações golpistas de 8 de janeiro e o suposto envolvimento em desinformação sobre o processo eleitoral.
O Que Esperar a Partir de Agora?
Com o arquivamento do caso no STF, a expectativa é de que a Polícia Federalista e o Ministério Público concentrem esforços nos outros investigados. No entanto, a decisão pode terebrar precedentes para futuras análises de casos semelhantes, mormente no que diz saudação ao uso de delações premiadas uma vez que base para indiciamentos.
Para Bolsonaro, essa pode ser uma vitória estratégica em sua tentativa de se fortalecer politicamente para os próximos anos. No entanto, seus desafios jurídicos e políticos ainda estão longe de finalizar.
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