Prioridade não é geopolítica, diz embaixador sobre Brics

O emissário Mauricio Roble Lyrio, Secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores e sherpa (negociador encarregado) do Brasil nos Brics, afirmou nesta 6ª feira (21.fev.2025) que a prioridade das reuniões realizadas nos dias 25 e 26 de fevereiro “não será geopolítica”.

Segundo o emissário, as reuniões serão focadas no prolongamento econômico e social de países em desenvolvimento e no combate à pobreza e à doenças tropicais negligenciadas. Ou por outra, houve a confirmação durante fala a jornalistas, de que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, abrirá o evento. A presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda será confirmada.

As prioridades das 7 sessões de debates entre os sherpas dos BRICS foram divididas 5 tópicos de discussão: 

• Cooperação em saúde;
• Mudanças do clima;
• Negócio, investimentos e finanças;
• Governança e lucidez sintético;
• Desenvolvimento institucional do BRICS.

O projecto do governo federalista, por meio do Palácio do Itamaraty, é integrar as presidências brasileiras de todos os eventos internacionais, sendo eles, G20, COP30 e Brics. “A intenção do Brasil é invocar a atenção da comunidade internacional para as questões sociais, econômicas e ambientais, não geopolíticas”, disse Lyrio. 

Segmento dos debates serão pautados pela conscientização global sobre a erradicação de doenças tropicais negligenciadas e doenças socialmente determinadas que, de conformidade com o secretário, “não são prioridade para as grandes farmacêuticas”.

“Há uma preceito muito clara do presidente Lula de que essas presidências brasileiras tenham resultados muito concretos”, disse o emissário. Ele também mencionou a presença do Brasil na Associação Global contra a Lazeira e a Pobreza, realizada em Roma na semana passada e que contou com a presença da primeira-dama, Janja da Silva. 

Moeda BRICS

Mauricio Lyrio também citou que uma eventual geração de uma moeda específica para o conjunto “não está totalmente descartada”, mas que não deve ser realizada. Segundo o emissário, o uso de moedas locais diminuirá custos de operação e facilitará a logística.

“Zero impede que os presidentes discutam, em um horizonte mais distante, tratar sobre uma moeda dos BRICS”, completou. O emissário também foi perguntado se houve interferência das ações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano), na decisão. Lyrio afirmou que a decisão “não tem zero a ver com declarações de outras autoridades”.