A Polícia Social (PC) e o Ministério Público (MP) de São Paulo concluíram que o atentado contra José Aprígio da Silva, ex-prefeito de Taboão da Serra, ocorrido em 18 de outubro de 2024, foi forjado. O caso aconteceu durante a campanha eleitoral do segundo vez, quando Aprígio, logo candidato à reeleição pelo Podemos, foi baleado no ombro esquerdo. A investigação aponta que o ataque foi simulado para beneficiá-lo na disputa contra Engenheiro Daniel (União Brasil). Apesar do projecto, Aprígio perdeu a eleição, obtendo 33,73% dos votos contra 66,27% de Daniel.
O atentado ocorreu na Avenida Aprígio Bezerra da Silva, em Taboão da Serra, quando um veículo emparelhou com o sege impenetrável de Aprígio e disparou pelo menos seis tiros. O ex-prefeito foi atingido na clavícula, enquanto os outros ocupantes do veículo – motorista, um videomaker e um funcionário – saíram ilesos. Em seguida o ataque, ele foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Akira Tada e, posteriormente, internado no Hospital Albert Einstein. A ampla divulgação de imagens do ferimento nas redes sociais gerou comoção na estação.
A investigação, conduzida pela Polícia Social e pelo MP, revelou que o ataque foi planejado por pessoas próximas a Aprígio, incluindo secretários de sua gestão, com a suspeita de sua própria participação.
Na manhã de 17 de fevereiro de 2025, a Operação Traje Oculto foi deflagrada para executar mandados de procura e prisão na cidade. Dois suspeitos foram presos temporariamente, incluindo o irmão de Aprígio, e foram apreendidos R$ 320 milénio, armas, celulares e computadores. A polícia descartou a hipótese inicial de delito político e confirmou a simulação.
A operação policial mobilizou um grande efetivo em Taboão da Serra, com o objetivo de desmantelar o esquema que buscava manipular a opinião pública para propiciar Aprígio na eleição. Testemunhas relataram que o ataque foi cuidadosamente encenado, e a blindagem do veículo foi considerada suficiente para evitar danos graves.
A investigação apontou que os atiradores foram contratados, com cada um recebendo muro de R$ 500 milénio pelo serviço. A simulação incluiu a queima de um veículo usado no ataque, encontrado no Rodoanel, em Osasco.
A peroração da polícia e do MP de que o atentado foi forjado gerou reações diversas entre a população e a classe política de Taboão da Serra. O atual prefeito, Engenheiro Daniel, afirmou que o caso prejudicou sua campanha, pois foi réu de ser o mandante do suposto ataque. Ele pediu que as investigações continuem para esclarecer todos os detalhes. A resguardo de Aprígio ainda não se pronunciou oficialmente sobre as acusações. O caso levanta questões sobre moral eleitoral e o uso de estratégias extremas em campanhas políticas.
O desfecho da investigação pode ter implicações significativas para a curso política de José Aprígio, que já foi vereador, deputado estadual e prefeito de Taboão da Serra entre 2021 e 2024. A Justiça agora analisará as provas coletadas para determinar sobre a formalização de acusações contra os envolvidos, incluindo o ex-prefeito. O incidente expõe a fragilidade do processo eleitoral e a urgência de maior fiscalização para evitar manipulações. A coletiva de prelo da Polícia Social, marcada para a tarde de 17 de fevereiro, deve trazer mais detalhes sobre o caso.