O preço dos ovos no atacado subiu até 40% em diversas regiões do Brasil na semana de 10 a 16 de fevereiro de 2025, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A subida, que se intensificou desde a segunda quinzena de janeiro, preocupa supermercados, feirantes e consumidores devido à combinação de oferta restrita e aumento da demanda. A Abras alerta que os reajustes podem impactar o consumo e pressionar a inflação de mantimentos. O vice-presidente da entidade, Marcio Milan, destacou que a situação exige atenção urgente.
A disparada nos preços é atribuída a múltiplos fatores, incluindo a maior procura por ovos uma vez que escolha às carnes, que também estão mais caras. Aliás, o período da Quaresma, que neste ano vai de 5 de março a 17 de abril, tradicionalmente eleva a demanda, já que muitas famílias reduzem o consumo de mesocarpo vermelha. Custos elevados com ração, influenciados por preços altos de milho e soja, também contribuem para a pressão nos valores. A Abras informou que os supermercados estão enfrentando dificuldades para manter o aprovisionamento diante dessas condições.
Dados do Núcleo de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da USP, divulgados em 14 de fevereiro, mostram que o preço dos ovos atingiu o maior patamar nominal desde maio de 2013.
Em Santa Maria de Jetibá (ES), maior produtora de ovos do país, uma caixa com 30 dúzias de ovos brancos chegou a R$ 233,55, subida de 37,9% em relação a fevereiro de 2024. Os ovos vermelhos alcançaram R$ 264,21, um aumento de 40,8% no mesmo período. Na Grande São Paulo, os preços subiram 18% para ovos brancos e 14,7% para os vermelhos.
A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) apontou que a baixa oferta de ovos no mercado atacadista é um fenômeno sazonal, com retração entre dezembro e fevereiro. A expectativa é que os preços permaneçam pressionados até a Quaresma, com recuperação prevista para março. A Ceagesp registrou aumentos de 0,66% para ovos brancos e 0,38% para ovos vermelhos em seu entreposto. A situação é agravada pela redução de 10 gramas no peso médio dos ovos, conforme novidade portaria do Ministério da Cultura.
A Abras também chamou a atenção para o impacto da portaria nº 1.179, de setembro de 2024, que alterou a classificação dos ovos, reduzindo o peso médio de 50g para 38g-47g por unidade. Essa mudança, segundo a associação, afeta o custo-benefício do resultado para os consumidores, que pagam mais por ovos menores. A entidade alertou que a combinação de preços altos e tamanhos reduzidos pode levar a uma queda na demanda. Supermercados estão ajustando estoques, mas temem reflexos negativos nas vendas.
A subida dos ovos já pressiona a inflação de mantimentos, com o Índice Pátrio de Preços ao Consumidor Espaçoso (IPCA) registrando 0,16% em janeiro de 2025, puxado pelo grupo cevar. A Abras monitora o cenário e ofídio medidas para lastrar oferta e demanda, uma vez que incentivos à produção avícola. Consumidores, por sua vez, enfrentam o duelo de mourejar com o aumento de preços em um contexto de dispêndio de vida ressaltado. A situação expõe a fragilidade do mercado de mantimentos básicos e a urgência de soluções estruturais.