Em editorial publicado neste sábado, 15, o jornal O Orbe criticou a gestão de vacinas contra a covid-19 do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar de a doença estar estabilizada, a versão de imunizantes encontrada nos postos de saúde não é a mais atualizada.
“O Ministério da Saúde, responsável por comprar as vacinas e distribuí-las, tem a obrigação de oferecê-las na versão atualizada para as novas cepas, uma vez que o vírus está em uniforme mutação”, informou o jornal. “Infelizmente, não é o que tem ocorrido.”
No ano pretérito, 5.960 brasileiros morreram em consequência da doença viral. Dentre as classificações dos grupos mais vulneráveis (idosos, gestantes, crianças ou imunossuprimidos), somente os mais novos têm chegada à vacina atualizada, a pediátrica.
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Isso ocorre, pois a versão disponível nos postos para adultos protege contra a cepa XBB.1.5 da versão ômicron. Desde abril do ano pretérito, a cepa considerada o claro a se combater é a JN.1.
“Não se trata de pormenor irrelevante”, opina O Orbe. “Desde o início da pandemia, o vírus sofre mutações que lhe permitem driblar as barreiras impostas pelas vacinas. Daí a urgência de atualização uniforme.”
Ineficácia da gestão de Lula
O Ministério da Saúde, sob a gestão da ministra Nísia Trindade, firmou, no termo do ano pretérito, um contrato com a Zalika Farmacêutica, para receber doses da vacina indiana Covovax.
As cláusulas previam a entrega da vacina atualizada, mas um pormenor labareda a atenção: a Sucursal Vernáculo de Vigilância Sanitária (Anvisa) não autorizou a versão do imunizante contra a cepa JN.1. Dessa forma, o Brasil não poderia usá-lo.
Também em 2024, o ministério recusou 3 milhões de doses de vacina Moderna, atualizadas para a forma viral mais recente. A troca envolvia problemas no prazo de validade. À estação, o governo Lula alegou a falta de autorização da Anvisa para o imunizante, a qual veio pouco tempo depois. O Orbe criticou essa falta de notícia entre os órgãos.
“Teria sido melhor que a pasta se entendesse com a Anvisa”, escreveu o jornal. “Deveria possuir um caminho mais hábil para a aprovação de versões atualizadas das mesmas vacinas, uma vez que noutros países.”
A resguardo do governo e a epílogo do jornal
O governo Lula alega que sua escolha, a vacina da Zalika, “protege contra formas graves da doença e hospitalizações, mesmo diante de novas variantes do vírus”. Apesar disso, o jornal afirmou que “não faz sentido gastar verba para comprar vacinas defasadas”.
“Se vai comprar novas doses, o mais lógico é buscar produtos autorizados pela Anvisa para as cepas recentes”, opinou. “Não é o caso da Zalika. De zero adianta poupar em licitações se a vacina não oferece a melhor proteção.”
O Orbe terminou o texto relembrando e comparando a posição dos petistas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro com a atual. À estação, a oposição atacou o liberal por atrasos na compra de vacina.
“Os erros de gestão e planejamento continuam a se suceder, com desabastecimento frequente de vacinas”, afirma o jornal. “Não é justo impor ao cidadão um dilema entre não se vacinar ou tomar a versão desatualizada.”. As informações são da Revista Oeste.