O deputado federalista Nikolas Ferreira (PL-MG), publicado por suas posições conservadoras e pelo uso estratégico das redes sociais, recentemente provocou a juventude do Partido dos Trabalhadores (PT) pelo que ele chamou de “silêncio estratégico”. A provocação foi feita em um contexto onde Ferreira criticou o PT e seus apoiadores jovens por não se manifestarem contra o aumento dos preços durante o governo Lula, alguma coisa que ele argumenta teria sido objectivo de críticas severas se ocorresse durante a gestão de Jair Bolsonaro.
Ferreira, que se tornou uma figura notória por polemizar e enfrentar a esquerda em discursos e postagens, utilizou seu perfil no X para ironizar a carência de protestos ou comentários públicos da juventude petista sobre o aumento dos preços de víveres e serviços. Ele destacou que, durante o governo Bolsonaro, a mesma juventude foi ativa em protestos e manifestações contra o aumento do dispêndio de vida, mas agora estaria em “silêncio estratégico” para não prejudicar o governo atual.
A sátira de Nikolas Ferreira reflete uma tática geral entre políticos para marcar posições e lucrar visibilidade, utilizando a polarização política para mobilizar a base de esteio. No entanto, a arguição de “silêncio estratégico” também levanta debates sobre a consistência e a congruência das críticas políticas, mormente em um envolvente onde os aumentos de preços são um tema sensível e de grande impacto na vida cotidiana das pessoas.
A provocação de Ferreira ocorre em um momento onde o cenário político brasílio continua polarizado, com cada ação ou preterição sendo amplificada e interpretada através de lentes ideológicas. A reação da juventude do PT ou a carência dela, uma vez que apontada por Ferreira, torna-se segmento desse jogo de narrativas e contra-narrativas que caracteriza a política contemporânea no Brasil.