Durante entrevista a rádios de Belo Horizonte nesta quarta-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o preço da músculos teve uma queda de 30% em 2023. No entanto, dados da LCA Consultores, com base no IBGE, mostram que a redução foi muito menor: 11,9% no preço da músculos bovina.
A enunciação de Lula não encontra respaldo em levantamentos oficiais ou privados, reforçando sua tendência de inflar números ao abordar indicadores econômicos.
Números reais da queda no preço da músculos
O levantamento da LCA Consultores mostrou que, em 2023, os preços dos principais tipos de músculos tiveram a seguinte variação:
- Mesocarpo bovina: -11,9%
- Frango: -9,2%
O recuo nos preços da músculos bovina foi impulsionado pelo aumento da oferta no mercado interno, mas não chegou perto dos 30% citados por Lula.
Lula e os dados inflacionados
O presidente tem um histórico de referir estatísticas exageradas ou sem embasamento. Em discursos anteriores, já foi revisto sobre números superestimados, uma vez que em 2003, quando afirmou em um evento em Paris que o Brasil tinha “30 milhões de menores abandonados nas ruas” — o ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner o corrigiu discretamente.
Aliás, o setor de músculos bovina tem poderoso influência dos empresários Joesley e Wesley Batista, da JBS, que já foram presos por escândalos de depravação e têm relações próximas com o governo petista.
Apesar da queda real nos preços da músculos, o impacto no bolso dos consumidores ainda é sentido, já que o dispêndio dos mantimentos segue ressaltado.