Foi demais até para Eliane Cantanhêde. A jornalista, que costuma ver o que ninguém mais vê, levando-nos a viagens psicodélicas sem trespassar da poltrona, desta vez falou o óbvio e que está na rosto de todo mundo: Lula só fala asneiras.
A colunista destaca duas falas absurdas do presidente.
A primeira é o velho e bom cacoete petista de terceirizar culpas. A inflação seria culpa do BC de Roberto Campos, que deixou uma “arapuca” montada antes de trespassar ao deixar o dólar subir. Não, não tente esgrimir. Trata-se de um pouco tão non-sense que até Cantanhêde não caiu nessa.
Mas é a segunda que merece mais atenção. Porquê se fora um influencer de economia doméstica, Lula “ensina” os consumidores uma vez que devem se comportar no supermercado. Sim, ele mesmo, que não deve pisar em um supermercado há uns 40 anos. “Não compre as coisas quando estão caras, assim o preço vai tombar”. Não deixa de ser reconfortante ouvir o presidente usando a lei da oferta e da demanda, tão muito conhecida pelos consumidores. Mas a fala causou vergonha alheia até na Cantanhêde.
O projecto de informação de Sidônio Palmeira é perfeito: colocar o presidente para rodopiar e falar por esse Brasilzão. Só falta saber perfeito para quem.
Marcelo Guterman. Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP e rabino em Economia e Finanças pelo Insper.
