O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que não pretende pautar um pedido de impeachment do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por suposta pedalada fiscal no programa Pé-de-Meia.
– Não está nosso horizonte movimentos de trazer instabilidade ao país – disse durante entrevista à rádio Arapuan FM, de João Pessoa (PB), nesta sexta-feira (7).
Sobre as eleições de 2026, Motta menciona Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) uma vez que líderes, num cenário ainda polarizado e apertado. Ele também afirma que possui dúvidas se o capitão reformado poderá disputar o pleito ou se apoiará alguém – que, na sua estudo, não seria o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O presidente da Câmara adiantou que pretende colocar a taxa da segurança pública na ordem do dia, endurecendo penas para os crimes. – O parlamento precisa entender que precisamos tratar uma vez que uma questão de Estado [a segurança pública] ou nós vamos em cinco, dez, 15 anos, presenciar um Brasil escravizado por facções – disse.
Em relação às emendas parlamentares, que vem gerando atritos entre o Legislativo e o Supremo Tribunal Federalista (STF), sobretudo com o ministro Flávio Dino, Motta pontua que a Vivenda não abre mão de liberar emendas.
– Hoje, o Poder mais transparente é o nosso. Não tenho receio de expor isso. Essa transferência não pode ser relativa unicamente ao Poder Legislativo. Nós somos mais fracos que o Judiciário ou Executivo? Somos iguais. Independentes. Transparência para todos é o que a sociedade pede.
SEMIPRESIDENCIALISMO
Motta afirmou, nesta mesma ocasião, que não tem o compromisso de pautar de forma urgente a proposta sobre um novo sistema de governo semipresidencialista.
– Nós vamos discutir essa material, há um interesse na Vivenda, de partidos, de poder debater [o tema]. Também não temos compromisso em pautar isso de forma urgente, correndo. Pelo contrário, discutir o sistema político do Brasil é sempre bom para buscar mais eficiência, buscar mais participação popular e buscar governos sempre de mais resultados para a população – reiterou.
A proposta, protocolada pelos deputados Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR) e Lafayette Andrada (Republicanos-MG), com esteio de 181 parlamentares, ganhou força com o esteio de Motta, eleito presidente da Câmara no último sábado (1º). No oração de posse, ele fez acenos ao semipresidencialismo.
TARCÍSIO
O presidente da Câmara também disse crer que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deve concorrer à reeleição e não disputar as eleições em 2026 contra o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para ele, Tarcísio pode disputar o pleito em 2030.
– [Jair] Bolsonaro teria que expor a ele em março ou abril [de 2026] para que ele pudesse renunciar. Eu não sei se em março ou abril a questão eleitoral dele estará resolvida – disse.
Quanto ao porvir político do líder da direita no Brasil, Motta prefere esperar.
– Podemos esperar se Bolsonaro terá a legalização jurídica ou não.
O parlamentar também afirmou que novas lideranças de núcleo devem ser protagonistas nas eleições presidenciais unicamente em 2030.
– Não acho que para 2026 se tenha uma liderança que consiga furar essa disputa entre os dois líderes maiores que são o presidente Lula e o ex-presidente Bolsonaro – declarou.
*AE