O policial militar Marcos José Oliveira de Amorim, de 33 anos, morreu nesta sexta-feira durante uma operação policial na favela Furquim Mendes, em Jardim América, na Zona Setentrião do Rio. Tenente do 41º BPM (Irajá), Amorim foi o segundo agente morto com um tiro na cabeça em operação no Grande Rio neste primeiro mês de 2025. Outros três policiais também morreram vítimas da violência, em outras situações: eles foram assassinados em Mesquita, Duque de Caxias e no Aterro do Flamengo.
Amorim foi socorrido e levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, onde passou por cirurgia, porém não resistiu. Ele estava desde 2012 na corporação e, de conformidade com colegas de trabalho, estava feliz por ter sido promovido recentemente a tenente.
Indagado sobre os cuidados que estão sendo tomados durante as operações, o porta-voz da PM, o major Maicon Pereira, destacou o uso de equipamentos de segurança.
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— Uma operação policial tem muitas variáveis que podem influenciar, por isso nossa preparação é muito importante. Investimos em treinamento, capacitação desses agentes e, principalmente, nos veículos semiblindados, coletes e na compra de capacetes balísticos, porquê está sendo realizado — disse.
Para proteger a tropa que atua no policiamento nas ruas, a PM adquiriu novos dispositivos, sendo esses 1.342 capacetes e 20 milénio coletes balísticos. A PM ressalta que o uso de cimeira obedece a alguns critérios técnicos e táticos estabelecidos pelo comando de cada unidade. Além das unidades subordinadas ao Comando de Operações Especiais (COE), os dispositivos geralmente são entregues a integrantes do Grupamento de Ações Táticas, os chamados GATs, que atuam em áreas conflagradas onde há maior possibilidade de enfrentamento direto com criminosos fortemente armados. Desde o último trimestre de 2024, estão sendo adquiridas novas viaturas semiblindadas.
Até o momento, não há confirmação do horário e lugar do sepultamento do militar. Procurada pelo GLOBO, a Secretaria de Estado de Polícia Militar (SEPM) lamentou a perda do tenente e esclareceu que a ação tinha porquê objetivo desarticular as atividades criminosas da quadrilha que atua no conjunto de comunidades e coibir a expansão territorial da partido criminosa, além de reprimir confrontos entre criminosos que agem no Multíplice de Israel e grupos rivais.
O secretário de Estado de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, usou sua conta no Instagram para homenagear o tenente Amorim. O coronel destacou que todos os colegas de trabalho estão de luto pela perda do agente:
“Não somos estatísticas. Somos homens e mulheres que saem de mansão todos os dias prontos para tutorar a população, mesmo com o risco da própria vida. A dor é grande, mas não nos enfraquece”, escreveu.
Amorim foi o quinto agente da SEPM assassinado em 2025. Somente nesta semana foram três mortos. No último dia 27, o policial militar Diogo Oceânico Rodrigues Jordão, de 37 anos, morreu em seguida ser baleado na cabeça na megaoperação realizada nos Multíplice da Penha e do Boche. O PM, lotado no Batalhão de Polícia de Choque (BPCHq), chegou a ser internado no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, na Zona Setentrião. Ele estava na corporação desde 2018 e deixou mulher e dois filhos.
Além deles, os policiais Rafael Gonçalves da Silva, Jaymesson Damasceno de Araujo e Marco Paulo Freire de Azevedo foram assassinados. Azevedo estava a caminho do 19º BPM (Copacabana) quando foi rendido por bandidos que estavam em outro carruagem. Ele deixou uma filha de 16 anos. Os criminosos fugiram.
De conformidade com a PM, agentes do 2º BPM (Botafogo) foram acionados para uma ocorrência de roubo na Avenida Infante Dom Henrique, na profundeza da Praia do Flamengo. Ao chegarem lá, encontraram Marco morto. Imagens de uma câmera de segurança flagraram o momento em que a vítima, dirigindo um Jeep Compass branco, é seguido por um criminoso de colete ao passar no interceptação e virar a esquina. A imagem está sendo analisada pela polícia. O PM chegou a trocar tiros com os criminosos, mas foi alvejado.