O governo Lula (PT) vai sugerir ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a geração de um grupo de trabalho para discutir os procedimentos relacionados às deportações de migrantes brasileiros, segundo revelou o jornal Folha de S.Paulo. Ministros e autoridades brasileiras se reuniram por uma hora para decidirem a proposta a ser enviada aos americanos.
Segundo o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, a deportação de brasileiros imigrantes ilegais dos Estados Unidos ao Brasil no último sábado, 25, foi “trágica“. “Houve mau funcionamento do avião, as condições péssimas que nos levaram a buscar as autoridades americanas e encontrar soluções adequadas. Não podemos consentir que venham com aquele tipo de tratamento.”
E seguiu:
“Em solo vernáculo, não pode e não deve possuir. Essa operação foi trágica, por um problema mecânico no avião, problema no ar condicionado”, afirmou Vieira.
Mudanças
Na reunião, o governo Lula decidiu a instalação de um posto de protecção no aeroporto de Confins, em Minas Gerais, restrito aos deportados vindos dos Estados Unidos.
Ou por outra, não serão usados voos da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar os brasileiros.
No entendimento do Brasil, a responsabilidade é dos Estados Unidos.
Voos de deportação
Os voos de deportação são realizados com base em um conciliação firmado entre Brasil e Estados Unidos em 2017, durante o governo de Michel Temer, com o objetivo de repatriar imigrantes que ingressaram ilegalmente nos EUA e já esgotaram as possibilidades de recurso judicial.
O Itamaraty afirmou que a operação não tem relação com as novas políticas migratórias do governo Trump.
De conciliação com dados divulgados pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), o governo Trump intensificou as ações de deportação desde a posse do presidente.
Até o momento, 538 imigrantes ilegais de diversas nacionalidades foram detidos, e centenas já foram deportados.
A Morada Branca relatou, ainda, que mais de 3 milénio pessoas com antecedentes criminais foram presas nos primeiros dias do procuração de Trump.