Tem até empresa estrangeira interessada nas decisões de Dias Toffoli que anularam no contexto do STF as provas do concordância de leniência da Odebrecht. A Telconet, uma das maiores provedoras de internet do Equador, pediu ao ministro que estenda a ela uma canetada sua que invalidou as provas da empreiteira contra o ex-vice-presidente equatoriano e ex-ministro Jorge Glas.
A empresa é claro de uma investigação no Equador baseada na delação premiada de José Conceição Santos Fruto, ex-representante da Odebrecht no país. Segundo Conceição, um tio de Glas, Ricardo Rivera, entregou verba sujo oriundo da empreiteira a uma empresa que, em seguida, investiu os recursos em um projeto privado da Telconet no Equador.
A companhia alegou a Toffoli nessa segunda-feira, 27, que as investigações são sustentadas por provas contaminadas e anuladas pelo ministro. As decisões dele nesse sentido, atendendo a investigados de diversos países, têm sido dadas conforme a Justiça brasileira.
Sendo assim, Toffoli impede, por exemplo, que delatores da Odebrecht prestem depoimentos em território pátrio no contexto de processos no exterior. Fora isso, os desdobramentos práticos dessas anulações dependem dos juízes responsáveis pelos casos em cada país.
A decisão de Dias Toffoli que melou as provas da Odebrecht contra Jorge Glas (foto supra), buscada agora pela Telconet, não impediu que o ex-vice-presidente equatoriano fosse recluso em seu país para satisfazer pena por uma pena no escândalo da empreiteira brasileira.
Em um incidente que gerou uma crise diplomática, ele foi recluso por policiais equatorianos na embaixada do México em Quito, em março de 2024.