A avaliação e a aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pioraram em janeiro na verificação com dezembro, e o destaque das notícias negativas ficou com o incidente envolvendo o Pix, em que a maioria acha que o governo errou mais do que acertou, mostrou pesquisa Genial/Quaest nesta segunda-feira.
De consonância com o levantamento, realizado pelo instituto Quaest e encomendado pela Genial Investimentos, a avaliação negativa do governo foi a 37%, diante de 31% em dezembro, enquanto aqueles que têm uma visão positiva foram para 31%, em verificação com 33% no mês pretérito. A avaliação regular teve queda para 28%, diante de 34%.
A margem de erro da pesquisa é de 1 ponto percentual.
Principal reduto eleitoral de Lula, o Nordeste registrou a maior queda na avaliação positiva por regiões, passando para 37%, em verificação com 48% em dezembro.
Em relação ao trabalho que Lula vem fazendo em seu terceiro procuração, a aprovação caiu para 47% em janeiro, diante de 52% no mês pretérito, enquanto a desaprovação foi a 49%, em verificação com 47%.
Também aumentou a parcela dos que acham que o Brasil está indo na direção errada, 50%, diante de 46% na pesquisa anterior, enquanto caiu para 39% a parcela dos que avaliam que o país está no caminho evidente, em verificação com 43%.
Já a avaliação da economia pouco se alterou, mas em patamares ruins. Para 39%, a economia piorou nos últimos 12 meses, diante de 40% em dezembro, enquanto ela melhorou para 25% (diante de 27%) e ficou na mesma para 32% (diante de 30%).
Os provisões foram destaque negativo, com 83% dos entrevistados afirmando que os preços nos mercados aumentaram no último mês, diante de 78% em dezembro.
Os altos preços dos provisões passaram a ser uma prioridade para o governo Lula, que anunciou que buscará medidas para virar essa elevação.
No domingo, em vídeo divulgado no Instagram, Lula voltou a repetir fatores que pressionam os preços dos provisões — porquê a subida do dólar e seu impacto sobre produtos que são exportados, seca e excesso de chuvas, o aumento do poder de compra das pessoas — e disse que o governo fará quantas reuniões forem necessárias para encontrar uma solução.
“Vamos fazer muitas reuniões com atacadistas, com donos de supermercado, com produtores, para que a gente encontre uma solução para prometer que a comida chegue mais barata, de consonância com o seu poder de compra. É isso que nós estamos trabalhando muito”, disse Lula numa horto da Granja do Torto.
Já o incidente envolvendo uma norma da Receita Federalista que estabeleceu novos valores para o monitoramento de movimentações financeiras por meio do Pix, posteriormente revogada, foi destaque entre as notícias negativas para o governo, com 11% citando o tema na pesquisa.
No dia 15 de janeiro, o governo revogou a instrução normativa da Receita, mas o incidente criou uma vaga de notícias falsas acusando o governo de fazer o monitoramento para cobrar impostos sobre os pagamentos por Pix.
Para 66%, o governo errou mais na polêmica do Pix, em verificação com somente 19% que acharam que ele acertou mais. Para 5% o governo acertou e errou na mesma proporção e 10% não souberam ou não quiseram responder.
No universal, 43% dos entrevistados têm visto mais notícias negativas sobre o governo, diante de 41% em dezembro, enquanto 28% têm visto notícias mais positivas (diante de 32%) e 25% não têm ouvido notícias (diante de 23%).
A Quaest entrevistou 4.500 pessoas de forma presencial entre os dias 23 e 26 de janeiro.