Vamos cá olvidar por um momento o vestuário de que a magistrada ficou 12 anos em “aposentadoria compulsória” por ter sido condenada por devassidão, recebendo integralmente seus proventos, e assim ficaria até morrer, caso o STF não tivesse revertido a sentença. Só isso faria corar um frade de pedra.
Mas daí, vocês, justamente, se perguntam: se ela recebeu integralmente os proventos, que raios são esses R$ 5,8 milhões???
A reportagem esclarece: são “diferenças de licença-prêmio, parcela de irredutibilidade e parcela autônoma de equivalência”. Tudo certinho dentro do mais puro Estado Democrático de Recta. Essas verbas equivalem a R$ 40 milénio por mês (R$ 5,8 milhões divididos por 144 meses de retiro). Isso, não custa recordar, supra do salário normal.
Depois o governo não entende porque o povo se revolta contra a “derrama do Pix”.
Marcelo Guterman. Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP e rabino em Economia e Finanças pelo Insper. Jornal da cidade