O jornal suíço Neue Zürcher Zeitung (NZZ) publicou uma material que acusa o Judiciário brasiliano de cometer “insulto de poder” em várias instâncias. A reportagem destaca os privilégios e benefícios de juízes e promotores, descrevendo o surgimento de uma “escol jurídica” no Brasil, com vantagens que excedem os limites legais e éticos.
O texto menciona o polêmico Fórum Jurídico de Lisboa, promovido pelo ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF) Gilmar Mendes. O evento, denominado de “Gilmarpalooza”, reuniu autoridades, advogados, políticos e conselheiros em Portugal, levantando questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse. Empresas envolvidas em processos judiciais teriam patrocinado o encontro, gerando críticas sobre a imparcialidade do Judiciário.
A reportagem ilustra o impacto negativo que eventos uma vez que esse podem ter na imagem da independência judicial, comparando com um cenário hipotético:
“Imagine o seguinte cenário na Suíça: uma vez por ano, um juiz de um tribunal federalista convida-o para uma grande reunião jurídica num resort de luxo nas Caraíbas. Não somente metade do tribunal e várias dezenas de advogados proeminentes são convidados, mas também políticos, conselheiros governamentais e altos funcionários. O evento de vários dias é patrocinado por empresas que são clientes dos advogados ou cujos casos estão atualmente em julgamento.”
O jornal também apontou benefícios controversos concedidos a magistrados brasileiros, uma vez que 60 dias de férias anuais, a possibilidade de vender segmento desse período e remunerações frequentemente superiores ao teto constitucional. Esses privilégios contrastam com a verdade da maioria dos brasileiros, que enfrentam dificuldades em um sistema judicial muitas vezes inacessível e lento.
A material do NZZ expõe questões sobre a credibilidade e a imparcialidade do Judiciário brasiliano, gerando repercussão internacional sobre o estabilidade de poder e o entrada à justiça no país. Jornal da cidade