Em tempos mais inocentes, o sujeito viajava para o mundo da lua a passeio. Ficava lá, distraído, sem se estressar com as dificuldades cá de ordinário e, em universal, sem dar prejuízo a ninguém. Infelizmente, não é mais muito assim no Brasil de hoje — ou nem um pouco assim.
Temos, agora, muita gente que viaja para o mundo da lua com más intenções. Em universal, são altas autoridades do Estado, e dizem coisas que só existem em suas cabeças. Mas não se trata do louco manso padrão do Viaduto do Chá. Fazem isso porque querem lhe vender um Rolex suíço fabricado junto ao Lago Azul de Ypacaray.
“Ninguém neste país tem mais responsabilidade fiscal do que eu”, disse Lula numa entrevista ao receber subida do hospital, onde foi operado para remover um hematoma no crânio. É porquê se tivesse anunciado que foi ele quem inventou o ovo frito.
As contas públicas do Brasil estão na porta da Vara de Falências. Os programas de “incisão de gastos”, na vida real, só aumentam impostos. O governo roda em déficit há 17 meses seguidos. Todas as estatais estão no prejuízo. Os Correios se declaram em situação de insolvência. Em material de irresponsabilidade-raiz, só mesmo Dilma consegue uma performance igual.
O presidente passou os dois anos do seu governo dizendo, sem parar, que estabilidade nos gastos públicos é coisa de banqueiro-bilionário-safado-sabotador-da-faria-lima, e que ele nunca iria trinchar verbas destinadas aos “pobres”. Uma vez que nunca falou de nenhuma outra despesa que poderia ser cortada, a desenlace é que não haveria incisão nenhum — e não houve incisão nenhum.
“Gasto é vida”, disse Lula. “Investimento não é gasto”, repetiu — porquê se fosse provável investir sem tirar moeda de qualquer lugar. A resguardo do estabilidade foi excomungada por seu entorno político porquê “terrorismo fiscal”.
Se isso não é irresponsabilidade, portanto o que seria? Em um ano, o dólar foi de R$ 4,90 para R$ 6,30, porquê legítima resguardo contra a baderna fiscal, a inflação está roncando na morada dos 7% anuais e o assalto armado ao Tesouro Pátrio entrou em transe — com o tráfico maciço de emendas no Congresso, bilhões em aumentos para o Judiciário e a ladroagem sem qualquer risco de punição no resto da máquina.
A arrecadação de impostos, leste ano, vai passar dos R$ 3,5 trilhões. Mas não se vê o “investimento”, e nem o moeda no bolso do “pobre”.
Lula diz que o “único problema da economia é o renda” — quando os juros altos, na verdade, são o único motivo pelo qual a inflação não disparou. Mais: caminham rumo aos 15%, e agora quem defende essas taxas é o novo presidente que o próprio Lula nomeou para o Banco Meão. O que a “Faria Lima” tem a ver com isso? Informações Revista Oeste (J.R. Guzzo)