O governo federalista, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou nesta sexta-feira, 3 de janeiro, a Lei 15.083 de 2025, criando a estatal Alada, voltada para projetos aeroespaciais. A decisão foi publicada no Quotidiano Solene da União e autoriza a novidade empresa pública a explorar economicamente a infraestrutura aeroespacial do Brasil. A geração da Alada, no entanto, já está cercada de polêmicas e críticas, mormente em um momento em que o país enfrenta pressão para trinchar gastos e reequilibrar suas contas públicas.
A iniciativa reacende debates sobre o uso do verba público em projetos de grande graduação que podem não gerar o retorno esperado. A memorial da fracassada Alcântara Cyclone Space (ACS), criada no primeiro governo Lula, em 2006, serve porquê alerta para muitos críticos. A ACS, uma parceria binacional com a Ucrânia, tinha porquê objetivo lançar satélites internacionais a partir do Meio Espacial de Alcântara, no Maranhão, utilizando tecnologia ucraniana. No entanto, o projeto não saiu do papel, acumulando um prejuízo de quase meio bilhão de reais e sendo oficialmente encerrado em 2015 sem realizar um único lançamento.
As circunstâncias que levaram ao fracasso da ACS incluíram a falta de financiamento adequado, desinteresse de investidores estrangeiros e a complexa negociação com os Estados Unidos sobre tratados de cooperação tecnológica. Agora, com a geração da Alada, críticos temem que o Brasil possa estar repetindo erros do pretérito. O temor é que a novidade estatal se torne mais um “ralo” para recursos públicos, consumindo verba que poderia ser direcionado para áreas mais prioritárias, porquê saúde, ensino e infraestrutura básica.
A geração da Alada também ocorre em um contexto de pressão interna e externa para reduzir o tamanho da máquina pública. Com um orçamento apertado, o governo enfrenta desafios para satisfazer promessas de campanha e atender às demandas sociais sem aumentar significativamente a dívida pública. A decisão de gerar mais uma estatal é vista por muitos porquê um movimento contrário às medidas de austeridade que muitos economistas e analistas consideram necessárias para o momento.
Defensores da novidade estatal argumentam que o Brasil não pode permanecer para trás no setor aeroespacial, um campo que movimenta bilhões de dólares em todo o mundo. Eles destacam que investimentos em tecnologia aeroespacial podem trazer benefícios de longo prazo, incluindo a geração de empregos qualificados, o progresso científico e a possibilidade de inserção do país em um mercado global altamente competitivo. No entanto, essas promessas são vistas com ceticismo por críticos que apontam a má gestão e os resultados frustrantes de iniciativas anteriores porquê razões para preocupação.
O timing da geração da Alada também levanta questões. O governo federalista enfrenta uma crescente insatisfação popular devido à percepção de que os recursos públicos não estão sendo utilizados de maneira eficiente. Outrossim, a falta de transparência em torno dos objetivos e do planejamento estratégico da novidade estatal aumenta as suspeitas de que a iniciativa pode ser usada para atender interesses políticos ou beneficiar grupos específicos.
A oposição ao governo Lula não perdeu tempo em criticar a medida. Líderes políticos e especialistas apontaram que a geração de mais uma estatal representa um retrocesso em relação aos esforços de modernização e enxugamento da máquina pública. Alguns também questionaram a real urgência de uma empresa pública dedicada ao setor aeroespacial, considerando que países bem-sucedidos nessa dimensão frequentemente contam com parcerias público-privadas ou iniciativas predominantemente privadas.
Enquanto isso, setores da sociedade social expressam preocupação com a possibilidade de a Alada repetir os mesmos erros da ACS. Para muitos, a história da ACS serve porquê um lembrete de que grandes projetos não são garantias de sucesso, mormente quando falta planejamento adequado, alinhamento estratégico e responsabilidade fiscal. A memória do fracasso da parceria com a Ucrânia ainda é viva, e muitos se perguntam se o governo aprendeu com os erros do pretérito.
A decisão de gerar a Alada será um teste para o governo Lula, que precisará mostrar que a novidade estatal pode operar de forma eficiente, transparente e orientada para resultados. Para isso, será forçoso que o projeto tenha uma gestão qualificada, mecanismos de controle rigorosos e um foco evidente em objetivos estratégicos. Caso contrário, a iniciativa corre o risco de se tornar mais um exemplo de desperdício de recursos públicos e de promessas não cumpridas.
A geração da Alada é um exemplo do multíplice estabilidade que o governo precisa conseguir entre investir no porvir e atender às demandas imediatas da população. Embora o setor aeroespacial tenha potencial para impulsionar o desenvolvimento do país, a falta de crédito na capacidade do governo de gerir grandes projetos coloca em incerteza o sucesso dessa empreitada. Para muitos, a pergunta que fica é se o Brasil está pronto para investir em um pouco tão cobiçoso ou se está somente repetindo os erros do pretérito.