Em dezembro, o Índice de Crédito Empresarial (ICE) do Instituto Brasiliano de Economia (Ibre), vinculado à Instauração Getúlio Vargas (FGV), registrou uma queda de 0,1 ponto em relação a novembro, quando atingiu 97,3 pontos. O estudo representa as insatisfações e expectativas do empresariado brasiliano na economia do país.
O resultado, assim uma vez que no mês anterior, reflete dinâmicas opostas em seus dois índices componentes: enquanto o Índice de Situação Atual apresentou subida, o Índice de Expectativas recuou. Em médias móveis trimestrais, o ICE se manteve sólido.
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“A crédito empresarial encerra 2024 indicando perda de fôlego da retomada observada ao longo do ano”, avalia Rodolpho Tobler, economista do Ibre-FGV. “A virtual segurança de dezembro ocorre pela combinação de melhora dos indicadores sobre o momento presente e piora nas expectativas.”
Por um lado, os empresários reportam uma demanda aquecida, o que demonstra o ritmo favorável da economia brasileira. Por outro, a piora nas expectativas daqueles que produzem no Brasil sugere que 2025 será um ano mais provocador.
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“O cenário macroeconômico com aumento dos juros, dólar em subida e incerteza sobre sustentabilidade fiscal contribui para maior cautela dos empresários na viradela do ano”, considera Tobler.
Em dezembro, o Índice de Expectativas Empresariais recuou 1 ponto, para 95 pontos, influenciado exclusivamente pela queda de 2,1 pontos no mês, para 94,9 pontos, do indicador que mensura as expectativas com a evolução dos negócios seis meses avante.
O indicador que analisa as expectativas com relação à demanda, por sua vez, registrou ligeiro subida no mês, com o progressão de 0,1 ponto, para 95,2 pontos. O Índice da Situação Atual Empresarial, em um movimento oposto, avançou 0,7 ponto em dezembro, para 99,6 pontos. Assim, atingiu o maior nível desde dezembro de 2013 (100,2 pontos naquela ocasião).
Seus dois componentes, o indicador que mensura a percepção sobre a situação atual dos negócios e o que avalia a demanda manante, avançaram 0,5 e 0,9 ponto, respectivamente, para 99 e 100,1 pontos.
Brasil registra maior saída de dólar da economia desde a pandemia
Em 2024, o Brasil registrou a maior saída de dólar desde o início da pandemia de covid-19, em 2020. No aglomerado do ano pretérito, até o mês de dezembro, o Banco Mediano (BC) contabilizou uma evasão de US$ 10,03 bilhões.
No último mês, US$ 18,4 bilhões deixaram o país, dos quais US$ 18,3 bilhões foram remetidos para transações financeiras, uma vez que forma de remessas e dividendos ao exterior. O ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto, mencionou a saída atípica de recursos em dezembro, o que leva a domínio monetária a intervir no mercado cambial.
O BC realizou leilões com o objetivo de aumentar a oferta de dólares em circulação, essenciais para evitar disfunções no mercado cambial. As intervenções ajudam a reduzir a cotação do dólar, mas não há uma meta específica de câmbio fixada em relação ao real.
Os leilões incluem o método à vista, que usa recursos das reservas internacionais, para injetar dólares no mercado, e o de risca, com compromisso de recompra, para reconstituir os recursos gastos.
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