Na próxima quarta-feira (8), a tentativa de golpe contra a democracia no Brasil completa dois anos. A memória dos atos de ataque à soberania do povo, que causaram danos ao patrimônio físico e impalpável dos Três Poderes, será lembrada pela recuperação das obras de arte destruídas e um amplexo simbólico à democracia com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De convenção com nota divulgada pelo Palácio do Planalto, uma extensa programação está prevista para marcar a data, em Brasília, com início às 9h30, quando terá início a restituição das obras de arte destruídas nos ataques de grupos bolsonaristas e, agora, restauradas.
Serão restituídas ao patrimônio público 21 peças, incluindo um relógio do século 17, presente da Golpe Francesa a Dom João VI, que virou símbolo dos atos antidemocráticos. A peça será entregue na Suíça.
A maior segmento das obras de arte foi recuperada por equipes especializadas no próprio Palácio da Alvorada, com exceção do relógio, consertado na Suíça sem dispêndio para o governo brasílio. A peça secular, junto com uma ânfora portuguesa em cerâmica esmaltada, teria exigido maior esforço na recuperação, devido à dificuldade e delicadeza dos reparos.
Tela As Mulatas
A tela As Mulatas, de Di Cavalcanti, retornará à parede do Salão Superior do Palácio do Planalto, em um ato de descerramento da obra de arte, que marcará uma atividade educativa durante a programação. Estudantes do Projeto de Ensino Patrimonial entregarão ao presidente Lula réplicas da pintura e também da ânfora portuguesa.
A cerimônia prevê discursos e a descida da rampa do Palácio do Planalto de autoridades dos Três Poderes para um amplexo simbólico à democracia, com a participação da população. O Partido dos Trabalhadores disponibilizou um conduto de cadastro popular para letreiro de interessados em participar da cerimônia. São esperados, neste ato, representantes de entidades da sociedade social, segmentos religiosos e sindicatos.