Um ex-funcionário do TSE declarou que os adversários dos ministros já estavam sendo monitorados
Em uma entrevista exclusiva a Oeste, Eduardo Tagliaferro, que já foi gerente da Assessoria Peculiar de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), detalhou o processo de produção de relatórios contra os alvos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federalista (STF).
Segundo Tagliaferro, as instruções para a geração do material eram fornecidas por Airton Vieira, juiz facilitar de Moraes no STF. Ao ser questionado sobre suas responsabilidades no TSE, ele afirmou: “Eu só recebia ordens”. “A tradução dos relatórios, se havia violação ou não, quem decidia era o ministro. Eu não tinha poder de decisão nenhum.”
Segundo Tagliaferro, somente o juiz facilitar de Moraes emitia as ordens, pois o ministro do Supremo é “impenetrável” “Se falou comigo três, quatro vezes, foi muito”, revelou. “Portanto, as coisas vinham, não eram para mim. A assessoria monitorava, de vestuário, o que era o objetivo dela. Via tudo que estava acontecendo: movimentação em rede social, os principais alvos… Quando cheguei, os alvos já existiam e eram monitorados. Exclusivamente dei perpetuidade.”
Quem é Eduardo Tagliaferro
Eduardo Tagliaferro, profissional em delitos digitais e ex-funcionário do TSE, encontra-se no cerne do escândalo relacionado ao vazamento de mensagens de membros da Incisão, reveladas pelo jornal Folha de S.Paulo. De convénio com o periódico, Tagliaferro estava encarregado da coleta, estudo e geração de relatórios solicitados pelo velho presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes.
Mencionado em dez dos 11 artigos publicados pela Folha, o ex-diretor da AEED foi de confidente a traidor de Moraes, sendo culpado de vazar as mensagens. Na quinta-feira, dia 22, Tagliaferro prestou prova à Polícia Federalista em São Paulo, por preceito de Moraes.
Em uma entrevista exclusiva para a Revista Oeste, Tagliaferro refuta categoricamente as alegações de que teria divulgado as informações do seu celular. Ele suspeita que os dados possam ter sido obtidos quando o dispositivo foi confiscado pela Polícia Social de São Paulo, em 2023, momento em que foi represado por violência doméstica. Tagliaferro nega ter praticado o delito.
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