O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta quinta-feira (15) de uma cerimônia em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, para marcar a reativação da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S/A (Ansa), uma unidade da Petrobras que estava inoperante há quatro anos. Durante o evento, Lula também anunciou investimentos na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), localizada ao lado da Ansa.
Esse evento sinaliza uma mudança significativa na estratégia da Petrobras, que anteriormente havia concentrado seus esforços na exploração e produção de petróleo e gás procedente. Nos últimos anos, a estatal se desfez de ativos uma vez que a BR Distribuidora e a Liquigaz e, em 2019, firmou um convenção para vender oito de suas 12 refinarias. Em 2020, a Ansa foi colocada em “hibernação”, temporada que antecede um provável fechamento.
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No totalidade, foram anunciados investimentos de R$ 870 milhões para a reativação da fábrica de fertilizantes e R$ 3,2 bilhões para a expansão da Repar.
Nesta quinta-feira, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, no incumbência há tapume de três meses, destacou os investimentos anunciados e classificou o evento uma vez que “o início do cumprimento da missão que o presidente Lula me endereçou”.
Em seu oração, Lula defendeu uma atuação mais ampla da Petrobras, incluindo a indústria naval. “A Petrobras não é uma indústria de petróleo, é uma indústria de desenvolvimento nesse país, de inovação nesse país”, afirmou.
Lula também criticou a gestão da empresa durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), entre 2019 e 2022. “A gente teve um período em que o Brasil não era governado. Era uma vez que se fosse uma nau à deriva”, comparou.
O presidente listou projetos interrompidos durante a governo anterior, uma vez que a desenlace de uma empresa em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e o multíplice petroquímico em Itaboraí, Rio de Janeiro. “Pararam tudo. Pararam a tentativa de fazer a refinaria no Ceará. Pararam a tentativa de fazer a refinaria no Maranhão. Por quê? Porque eles não pensam no Brasil”, criticou.
O presidente Lula, que optou por improvisar seu oração, deixando de lado o texto previamente pronto, se emocionou ao recordar o período em que esteve recluso na sede da Polícia Federalista em Curitiba.
Durante a cerimônia, que contou com a presença de representantes de diversos sindicatos e movimentos sociais, Lula agradeceu aos apoiadores que mantiveram vigília durante os 580 dias em que esteve recluso na capital paranaense.
Ele também compartilhou ter “ficado deprimido” e lastimado em sua cubículo ao saber que funcionários da Petrobras eram hostilizados e chamados de “ladrão” devido às denúncias de devassidão investigadas pela força-tarefa da Lava Jato em contratos da empresa.
Prestes a retomar as operações, a Ansa tem capacidade de produção de 720 milénio toneladas anuais de ureia, representando 8% do mercado do resultado; 475 milénio toneladas de amônia; e 450 milénio m³ de Agente Redutor Líquido Automotivo (Arla 32) por ano.
No início de julho, 215 ex-funcionários da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), antiga Ansa, foram recontratados, principalmente técnicos especializados no funcionamento da vegetal industrial, e retomaram seus postos de trabalho. A expectativa é que a unidade volte a operar no segundo semestre de 2025.
Segundo o governo, procedimentos necessários para a retomada, incluindo a publicação de editais para contratação de serviços de manutenção e materiais críticos, serão realizados imediatamente. O processo exigirá um mínimo de 85% de teor sítio.
Posteriormente a desenlace dessa lanço, serão mobilizados os contratos de serviços e manutenção dos equipamentos para iniciar as atividades. A estratégia, segundo o governo, é “reconfigurar e solidificar operações viáveis em ativos que já pertencem à companhia”.
Para a mediação e retorno operacional, tapume de 2 milénio trabalhadores serão contratados, incluindo funcionários da Fafen e de empresas terceirizadas. Posteriormente a retomada das operações, 700 empregos diretos devem ser mantidos.
O ministro de Minas e Robustez, Alexandre Silveira, destacou que a reativação da unidade contribuirá para reduzir a sujeição do Brasil de fertilizantes importados.
A decisão de colocar a Ansa em hibernação em 2020, no entanto, foi motivada pelos resultados negativos recorrentes que impactavam o balanço da Petrobras.
Na estação, a Petrobras explicou que a matéria-prima usada pela Ansa, o resíduo asfáltico, era mais face do que os produtos finais. “A Ansa é a única fábrica de fertilizantes do país que opera com esse tipo de matéria-prima”, declarou a estatal em um expedido.
A decisão da Petrobras foi manter a vegetal “em condições que garantam totalidade segurança operacional e ambiental, além da integridade dos equipamentos”, o que resultou no fechamento de quase milénio postos de trabalho, entre empregos diretos e indiretos.
Antes de optar pelo fechamento, a Petrobras tentou vender a fábrica a uma companhia russa que demonstrou interesse, mas o negócio não foi concretizado.
Um relatório da KPMG, que revisou as informações contábeis intermediárias, indicou que a fábrica vinha “apresentando perdas recorrentes em suas operações, devido a paradas não programadas, gerando deficiência de geração de caixa, a qual vem sendo suprida pelo suporte financeiro dos seus acionistas”.
Um relatório do BTG Pactual revelou que, de 2015 a 2021, a Ansa acumulou um prejuízo líquido de US$ 320 milhões.
A unidade passou por várias fases, incluindo privatização, reestatização e, posteriormente, foi colocada em “hibernação” devido a prejuízos recorrentes.
Criada em 1982 durante o regime militar, a Ansa, portanto conhecida uma vez que Ultrafértil, fazia secção da ramificação de fertilizantes da Petrobras, com unidades na Bahia e Sergipe. Em 1990, no governo de Fernando Collor de Mello, a empresa entrou no Programa Pátrio de Desestatização (PND) e, três anos depois, na gestão de Itamar Franco, foi vendida para a multinacional Bunge. Em 2010, a vegetal foi adquirida pela Vale Fertilizantes.
Em 2013, durante o governo de Dilma Rousseff (PT), a Fafen, também chamada de Araucária Nitrogenados S/A (Ansa), foi reincorporada à Petrobras em uma operação de troca de ativos com a Vale. Na estação, a portanto presidente da Petrobras, Perdão Foster, afirmou que a fábrica “nunca deveria ter saído” das mãos da empresa, “porque tem toda uma sinergia com o nosso sistema”.
A Petrobras desembolsou US$ 234 milhões para comprar a unidade, com um projecto de investir US$ 144 milhões até 2017, o equivalente a R$ 300 milhões na estação, divididos ao longo de quatro anos. No entanto, a fábrica continuou a gerar prejuízos. Posteriormente tentativas frustradas de vender a subsidiária, em 2020, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), a Petrobras decidiu colocar a Fafen em “hibernação”.
Durante o mesmo evento, Lula anunciou investimentos de R$ 3,2 bilhões da Petrobras na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar). A refinaria havia sido incluída no projecto de desestatizações da companhia, mas foi retirada depois o início do governo petista, refletindo uma mudança na estratégia da estatal.
Os investimentos incluem a instalação de uma novidade unidade de hidrotratamento de médios (HDT) para aumentar a produção de diesel S10, além de projetos voltados à melhoria da eficiência energética.
A Repar é responsável por tapume de 15% da produção pátrio de derivados de petróleo, com 85% do fornecimento talhado ao Paraná, Santa Catarina, sul de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
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