Expectativa de recessão nos EUA, prejuízos de big techs e tensão no Oriente Médio preocupam agentes financeiros e econômicos na Ásia e na Europa
O temor de uma recessão nos Estados Unidos, a queda nas ações de big techs e a tensão no Oriente Médio fizeram com que Bolsas na Ásia e na Oceania despencassem nesta 2ª feira (5.ago.2024). Índices na Europa abriram em baixa e há expectativa de que o mercado financeiro viva uma “2ª feira sangrenta”.
O Nikkei 225, índice do mercado de ações da Bolsa de Valores de Tóquio, fechou em queda de 4.451,28 pontos (-12,40%) nesta 2ª feira (5.ago), a 31.458,42. É a maior perda desde 1987. O índice mais grande, Topix, caiu 12,23%, para 2.227,15 pontos.
Veja o fechamento de Bolsas na Ásia e Oceania e uma vez que os mercados estão operando nesta 2ª feira (5.ago) na Europa até 8h35:
Mercados ao volta do mundo estão pressionados pelos dados fracos sobre o emprego nos EUA. A taxa de desemprego no país ficou em 4,3% –o valor é 0,2 ponto percentual maior que o registrado em junho (4,1%).
Ou por outra, o Fed (Federalista Reserve, o banco meão dos EUA) anunciou na última 4ª feira (31.jul) a manutenção dos juros norte-americanos no pausa de 5,25% a 5,50%, mesmo patamar desde julho de 2023.
A razão meão pela permanência da taxa em um patamar proeminente é o controle da inflação. O crédito mais custoso desacelera o consumo e a produção. Uma vez que consequência, os preços tendem a não aumentar de forma tão rápida. Em junho, a inflação anual dos EUA foi de 3% no aglomerado de 12 meses, uma desaceleração de 0,3 ponto percentual em relação ao mês anterior.
Ambas as ocorrências causaram temores de recessão, o que repercute no mercado financeiro.
As Bolsas também são afetadas pelo desempenho das big techs no mercado, uma vez que Amazon, Microsoft e Google.
O cenário também envolve o aumento das tensões no Oriente Médio. Na semana passada, Israel matou o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em ação ousada em Teerã, no Irã. No dia da posse do novo presidente iraniano Masoud Pezeshkian, Ismail foi morto em seu quarto. O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, prometeu vingança.
Há uma série de especulações. Dentre elas, a principal é um ataque conjunto dos grupos aliados do regime teocrático. Irã, Hezbollah (Líbano), houthis (Iêmen), Hamas (Fita de Gaza) e as milícias xiitas no Iraque e na Síria atacariam o país judeu.
Seria quase uma reprise de abril, quando o Irã lançou 400 projéteis contra Israel depois de ataque atribuído aos israelenses a um prédio contíguo à embaixada do Irã em Damasco, na Síria. Mas só 1 atingiu o intuito na ocasião.
Em suas declarações, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (Likud, direita) subiu o tom. No ataque de abril, Israel não enviou mísseis para revidar. Agora, o premiê deu a entender que, caso a ação se repita, a resposta será imediata.
Além da tragédia humana, uma situação dessa natureza tende a impactar fortemente o preço do petróleo. Quase ⅓ da commodity global passa pelo estreito de Ormuz, entre o Irã e a península arábica.
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