Centenas de fiéis se reuniram nesta terça-feira (24) ao volta da igreja da Natividade na cidade palestina de Belém, na Cisjordânia, que se prepara para mais um Natal sob a sombra do genocídio cometido por Israel contra a população palestina na Filete de Gaza. A cidade é considerada o sítio onde nasceu Jesus Cristo.
A escritório da ONU para refugiados da Palestina (Unrwa) disse nesta terça-feira (24) que 14.500 crianças palestinas foram mortas por Israel na Filete de Gaza, desde outubro do ano pretérito, significando, em média, um homicídio a cada 60 minutos.
Diante desse cenário, as autoridades locais em Belém decidiram pelo segundo ano continuado suspender as grandes celebrações públicas. A Rossio da Manjedoura não tem decorações, nem a tradicional árvore de Natal gigante, um revérbero do dia a dia sombrio de seus habitantes desde o início da ofensiva militar israelense.
“Não colocamos uma árvore de Natal, nem decoramos as ruas”, explicou à AFP Anton Salman, prefeito de Belém, na Cisjordânia ocupada, território palestino separado da Filete de Gaza.
“Limitamos a alegria”, afirmou o prefeito. “Queremos (…) mostrar ao mundo que a Palestina continua sofrendo com a ocupação israelense e a injustiça”.
Em Belém, poucos vendedores de moca e milho aguardavam clientes na rossio da Natividade, que fica no núcleo da localidade palestina onde. A igreja terá sua tradicional missa à meia-noite, com a presença do patriarca latino de Jerusalém, Pierbattista Pizzaballa. Mas a data estará centrada na religião, sem o envolvente festivo que costumava tomar as ruas de Belém no Natal.
No início da tarde de terça (24), um grupo de escoteiros, alguns com cartazes com mensagens uma vez que “Parem o genocídio agora”, se reuniu em Belém. Detrás deles, o patriarca Pizzaballa contou que acabara de chegar de Gaza. “Vi toda a ruína, a pobreza e o sinistro. Mas também vi a vida, eles não desistem. Vocês também não devem desistir. Nunca”, declarou.
Papa
No Vaticano, o papa Francisco iniciará nesta terça-feira o Ano Santo de 2025, a grande romaria internacional para a qual são esperados mais de 30 milhões de fiéis de todo o mundo em Roma. No termo de semana, o papa se manifestou publicamente sobre a “crueldade” dos bombardeios israelenses em Gaza, que vitimaram sete crianças.
“Ontem bombardearam crianças. Não é a guerra, é uma crueldade. E quero proferir porque é alguma coisa que me comove”, declarou o pontífice prateado no sábado (21) durante uma audiência com membros da Cúria, o governo da Santa Sé.
Nesta véspera de Natal, às 19h (15h de Brasília), na presença de quase 30 milénio pessoas e com transmissão para todo o mundo, o jesuíta prateado abrirá a Porta Santa da basílica de São Pedro do Vaticano, simbolizando o início do Jubileu “ordinário”.
Em seguida, Francisco presidirá a Missa do Galo na basílica de São Pedro, ocasião em que o pontífice aproveita para invocar a atenção para os conflitos no mundo.
*Com AFP
Edição: Leandro Melito