Em pesquisa realizada pela Quaest neste mês de dezembro, 90% dos agentes do mercado financeiro manifestaram uma visão de desaprovação ao governo Lula, um salto em relação aos 53% registrados no final de 2023. A guinada é uma crescente insatisfação entre economistas e empresários que, em 2022, apoiaram francamente o presidente nas eleições, mas agora se mostram críticos das decisões econômicas da gestão.
Figuras conhecidas no meio econômico, uma vez que o bilionário Rubens Ometto, demonstraram desilusão com as escolhas do governo. Ometto, que contribuiu com R$ 1 milhão para a campanha de Lula, expressou preocupação sobre a falta de ação para resolver o déficit fiscal, sugerindo que uma solução simples seria tomar medidas para reduzir os gastos públicos.
Já o economista Armínio Penhasco, ex-presidente do Banco Medial, também se mostrou cético em relação à política fiscal adotada pela atual governo, apontando que o Brasil só terá um envolvente de juros mais baixos se a responsabilidade fiscal for prioridade. Em 2022, no contexto das eleições, Penhasco se posicionou ao lado de Lula, organizando um jantar com outros economistas e empresários para estribar o PT.
A insatisfação entre economistas liberais que apoiaram o governo, uma vez que Penhasco e Ometto, tem sido matéria do momento. Alguns analistas políticos que se opõem a Lula, uma vez que Gustavo Fernandes, assessor de investimentos da Fatorial Investimentos, se dizem zero surpresos com a mudança de posição dessas personalidade, que, segundo ele, falharam ao ignorar os sinais claros de que o governo adotaria uma postura intervencionista, um tanto já histórico no PT.
Gustavo Fernandes argumenta que, embora esses economistas sejam respeitados, sua decisão de estribar Lula em 2022 foi, no mínimo, difícil de compreender, tornando-se um erro gravíssimo.
O economista Douglas de Holanda, do The Doug Economist, também questiona a escolha de alguns liberais por Lula, sustentando que, do ponto de vista econômico, a conferência entre as plataformas de Bolsonaro e Lula era clara. Para Holanda, a resguardo de Lula por esses economistas se baseou em uma ilusão, pois a proposta econômica do PT nunca foi comportável com os princípios do liberalismo.