O Natal é uma das datas mais simbólicas do calendário, marcada por reencontros, celebrações e momentos de pausa para compartilhar com a família. Mas, para milhares de trabalhadores brasileiros, essa veras está distante. A rotina imposta pela graduação 6×1 – que exige seis dias consecutivos de trabalho para um de sota – impede que muitos vivenciem o espírito natalino em morada.
“Eu sou vendedora há 17 anos e sempre trabalhei no transacção. A graduação é desumana. Quando eu folgo, fico cansada, sem disposição. Só quero dormir”, desabafa uma vendedora, que trabalha em um shopping, e preferiu não se identificar por temor de represálias.
“Vejo meu fruto quando chego do trabalho e vejo minha esposa só quando vou dormir. Vou trabalhar no dia 24/12 e não terei tempo nem de preparar um chester para a minha família”, completa.
A veras descrita pela trabalhadora não é isolada. Em Minas Gerais, setores uma vez que transacção, serviços e indústria são os que mais empregam sob a graduação 6×1. Vigilantes, balconistas, operadores de máquinas e comerciários compartilham relatos semelhantes, destacando o impacto da jornada exaustiva em suas vidas pessoais.
“Estou há oito meses uma vez que frentista. Quando consegui a vaga, não sabia que ia permanecer tão exausto. Tenho só um dia para repousar na semana, mas nem sota recta porque preciso resolver outras coisas”, conta outro trabalhador, também sob anonimato, pois também temeu represálias do possessor do posto de combustíveis onde ele trabalha.
Ele relata o impacto emocional da rotina.
“Não tenho filhos ainda, mas penso se teria tempo para destinar a eles. Já mal consigo permanecer com minha prometida. Quando chego em morada, vou direto para o quarto, nem vejo minha avó recta”, continua.
Impacto e resistência
Fábio Bezerra, do Sindicato de Docentes do Meio Federalista de Ensino Tecnológica de Minas Gerais (Sindcefet-MG), destacou em entrevista ao Brasil de Veste MG a relevância de se mobilizar contra retrocessos nos direitos trabalhistas.
“Essas jornadas exaustivas não são unicamente uma questão de saúde, mas de honra. É necessário organizar a categoria e lutar por condições melhores”, afirma.
A graduação 6×1 é regulamentada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que obriga um dia de sota para cada seis trabalhados. Mas, muitos trabalhadores argumentam que o padrão é incompatível com uma vida equilibrada. Entre as propostas para substituir a graduação está o revezamento de finais de semana e a adoção de jornadas 5×2, hoje mais comuns em escritórios.
O influenciador e vereador eleito pelo Psol no Rio de Janeiro, Rick Azevedo, é uma das vozes mais ativas contra a graduação 6×1. Ele afirmou, em entrevista ao Brasil de Veste, que unicamente juntos os trabalhadores vão conseguir prometer reverência e honra para quem sustenta o país com seu trabalho.
“Essas jornadas exaustivas prejudicam a saúde física e mental dos trabalhadores, que mal têm tempo para si ou para suas famílias. Estamos organizando atos em vários estados para conscientizar a população sobre a urgência dessa motivo”, afirma o Azevedo, que também é pai do movimento Vida Além do Trabalho (VAT).
Um Natal de reflexão
Para muitos, o Natal deste ano será mais um dia generalidade, marcado pelo cansaço e pela intervalo. A vendedora entrevistada resume o sentimento.
“Trabalhamos para sustentar o país nas costas, mas não temos tempo para nossas próprias famílias. Essa graduação precisa mudar. Quem a defende é porque não trabalha dessa forma.”
Perspectiva de mudança
Tramita no Congresso Pátrio uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria da deputada Erika Hilton (Psol), para proibir a graduação 6×1. Em Minas Gerais, uma audiência pública realizada pela Câmara Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na sexta-feira (13) debateu sobre a redução da jornada.
Durante o encontro, o economista e pesquisador no Meio de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federalista de Minas Gerais (UFMG) Diogo Santos afirmou que “o nome dessa PEC não é PEC contra graduação 6×1, é a PEC da família. A gente não quer trabalhar menos, a gente quer trabalhar melhor”.
Na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), também neste mês, a vereadora Iza Lourença (Psol) protocolou um projeto de lei (PL) para findar com a graduação 6×1 para trabalhadores que prestam serviços à prefeitura. A proposta agora será apreciada pelas comissões da CMBH.
Manadeira: BdF Minas Gerais
Edição: Ana Carolina Vasconcelos