Escritório Americana Aponta Desvalorização do Real e Fuga de Investidores do Brasil
A filial de notícias Bloomberg publicou nesta quarta-feira (18) um item explicando os motivos da recente desvalorização do real frente ao dólar e da queda da Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Segundo a filial, a perda de crédito dos investidores na capacidade do governo de moderar a crise fiscal está por trás desse cenário negativo.
“Primeiro foi um colapso na moeda. Agora, o resto dos mercados financeiros do Brasil estão na mira, pois os investidores perdem a fé na capacidade do governo de moderar uma crise fiscal cada vez mais profunda”, explicou a Bloomberg.
Medidas do Banco Medial Consideradas Temporárias
A filial destaca que as medidas extraordinárias tomadas pelo Banco Medial (BC) na tentativa de moderar a queda do real foram vistas pelos analistas porquê uma solução temporária. A falta de medidas efetivas para lastrar as contas públicas preocupa o mercado.
“Analistas do mercado consideram as medidas extraordinárias adotadas na terça-feira pelo Banco Medial para moderar a queda da moeda pouco mais do que uma solução temporária, e alertam que as ações dos legisladores para desidratar um pacote de austeridade de supino perfil provavelmente só aumentarão a turbulência dos mercados”, ressalta a Bloomberg.
Investidores Temem Calote da Dívida Soberana
A material também aponta que muitos investidores estão adquirindo hedges contra um provável calote da dívida soberana brasileira, demonstrando ceticismo crescente em relação às políticas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
“A debandada crescente mostra porquê os investidores estão cada vez mais céticos de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteja falando sério sobre moderar um déficit fiscal crescente”, destaca a filial.
Cenário Econômico Desfavorável
- O real foi a moeda com pior desempenho global nos últimos dias, acumulando uma desvalorização de 21% em 2024.
- O Ibovespa registrou queda de 3,8% no mesmo período.
- Bancos porquê o JPMorgan e o Credit Agricole SA reavaliaram suas posições otimistas em relação à dívida brasileira e ao real.
Expectativa para a Selic e Risco de Dominância Fiscal
Analistas projetam que a taxa básica de juros (Selic) pode atingir 16,25% ao ano em 2025, o que aumentaria os custos da dívida e ampliaria o déficit fiscal. O risco de dominância fiscal, onde a política monetária perde eficiência devido ao descontrole das contas públicas, começa a se tornar uma preocupação real.