Eu me lembro porquê fosse hoje, e não pelo roupa em si, mas por tudo o que aconteceu naquela noite de quinta-feira, 16 de março de 2016.
Eu estava a caminho do estádio Independência, em Belo Horizonte, para um jogo entre o Atlético e o Pescoço-Pescoço, do Chile. E o colega leitor se lembra, né? “Caiu no Horto, tá morto”.
Para quem não sabe, Horto é o nome do bairro onde fica o estádio 7 de Setembro, e o refrão era cantado pela torcida atleticana por pretexto do número sem razão de vitórias por lá.
Na gripe, virou Bessias
Do zero, no rádio, a transmissão esportiva foi interrompida para a divulgação do áudio de uma relação entre a portanto presidente Dilma Rousseff e o investigadíssimo Lula da Silva:
Dilma: “Alô.”
Lula: “Alô.”
Dilma: “Lula, deixa eu te falar uma coisa.”
Lula: “Fala, querida. Ahn?“
Dilma: “Seguinte, eu tô mandando o ‘Bessias’ junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de premência, que é o termo de posse, tá?!“
Lula: “Uhum. Tá bom, tá bom.”
Dilma: “Só isso, você espera aí que ele tá indo aí.”
Lula: “Tá bom, eu tô cá, fico aguardando.“
Dilma: “Tá?!“
Lula: “Tá bom.“
Dilma: “Tchau.“
Lula: “Tchau, querida.“
E o pau cantou
Já a caminho do jogo, uma quantidade significativa de belo-horizontinos se aglutinava em protesto, na Terreiro da Liberdade, sítio tradicional de manifestações públicas.
No estádio, o clima era de pura revolta e os refrões dirigidos à dupla de trapaceiros, porquê “Ei, Dilma, vai tomate cru” e “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”, tomaram conta do jogo.
A ira era justificada, já que a teoria da nomeação de Lula para ministro era blindar o ex-presidente de uma verosímil prisão preventiva. No caso, com a tramoia invenção, a decretação seria certa. Mas…
Aquele Gilmar
Acertadamente, Gilmar Mendes, a pedido do PSDB, determinou a suspensão da nomeação por melindrar o princípio da moralidade da governo pública. Sim, leitor! Bons tempos aqueles.
À estação, o ministro era tido porquê “lavajatista”, e afirmou em sua decisão: “O objetivo da falsidade é evidente: impedir o cumprimento de ordem de prisão de juiz de primeira instância“.
Eu sei, eu sei, é difícil crer que tenha sido ele mesmo, o Gilmarzão véi de guerra. E continuou: “Uma espécie de salvo conduto emitida pela Presidente da República“. Ai, que saudade!
Mas a preventiva, zero
Muito, diante de tal decisão e da nitidez solar dos fatos, o caminho seria a decretação da prisão preventiva de Lula, que não era mais zero senão “unicamente um cidadão generalidade”.
Imagino que tal pedido (prisão preventiva) tenha sido discutido. Não sei manifestar quem capitulou: se a Polícia Federalista, o Ministério Público Federalista, Sergio Moro ou o STF.
O roupa é que, mesmo diante de uma obstrução clara à Justiça, Lulinha tranquilidade e Paixão não foi em cana. E quando foi, foi posteriormente três instâncias, nove juízes e centenas de recursos.
Ó, Minas Gerais
Outro, que fez por merecer uma bela “preventiva”, foi o atual deputado federalista Aécio Neves (PSDB – MG) – aquele que mataria o “primo-mula”, lembram-se? – também investigado pela Lava Jato.
Ele ligou zero mais, zero menos, segundo a Polícia Federalista, à estação, 43 vezes para seu colega e ministro – quem?!? – Gilmarpalooza, digo, Gilmar Mendes.
Investigado, conversou com o supremo togado, inclusive no dia em que iria prestar um prova à Polícia Federalista, suspenso por quem, por quem, hein, leitor colega? Sim. Pelo próprio supremo togado!
Pobre, preto e puta
A população carcerária brasileira ultrapassa os 660 milénio presos, segundo dados da Secretaria Pátrio de Políticas Penais (Senappen). Um incremento de 44% em dez anos.
Murado de 65% dos presos são pretos e pobres. Putas, eu não sei, mas sei que o leitor compreende minha citação. Destes, tapume de 40% são presos provisórios, ou seja, não foram condenados.
O má sorte dessa turma é ou não ter advogados estrelados, que frequentam tribunais superiores trajando “chinelo e bermuda”, ou não ser paraninfo político de “capote preta”.
General golpista
Braga Netto, general de 4 estrelas “com o C na mão”, porquê cantava Renato Russo, foi em cana no sábado, 14, por, segundo a decisão, interferir nas investigações – assista cá à estudo do caso com Felipe Moura Brasil e Duda Teixeira.
A Polícia Federalista pediu sua prisão à Procuradoria-Universal da República, que concordou e encaminhou ao Supremo Tribunal Federalista (STF), que acatou o pleito e determinou a tranca.
Segundo a Justiça, o general estaria coagindo testemunhas, a partir de telefonemas e mensagens ao pai do delator e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, coronel Mauro Cid.
O tempo passa
Há uma discussão no mundo jurídico, na prelo e nas redes sociais se a prisão seria legítimo, já que os fatos narrados pela domínio policial remetem há mais de dois anos.
A meu ver, porém, o judiciário está correto. O que me incomoda é o chamado “duplo padrão moral”, não unicamente da Suprema Incisão, mas de certos ministros também.
Se “Pau que dá em Chico, dá em Francisco”, a preventiva que deu em Braga Netto faltou para Lula e Aécio – e não só para eles, é evidente. Mas sobrou farta para os três Ps citados supra, porquê sempre, aliás.
Em tempo
O Bessias, do telefonema de Dilma a Lula, é Jorge Messias, atual advogado-geral da União, nomeado pela “espírito mais honesta desse país”, por fim, “Cá se faz, cá se paga”. O Brasil não é mesmo para amadores. Informações O Opositor