Ela é uma médica pediatra, porquê o pai. Mas se identifica mais com ele quando o tema é revolução. Aleida Guevara, a primogênita do guerrilheiro e médico argentino-cubano Ernesto Che Guevara, tem uma relação profunda com o Brasil. Aos 63 anos, durante visitante ao Rio de Janeiro, no G20 Social, ela concedeu uma entrevista exclusiva ao Muito Viver, programa do Brasil de Traje, destacando a influência dos movimentos populares na construção de uma sociedade mais justa e abordando os desafios enfrentados por Cuba devido ao bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos.
Segundo ela, os Estados Unidos sancionaram empresas e navios que comercializavam petróleo com Cuba, dificultando a chegada do recurso precípuo ao país. “O petróleo está chegando da Venezuela, do México e da Rússia, mas a pressão é imensa. As multas milionárias impostas pelos Estados Unidos afastam muitas empresas”, relatou. A pandemia agravou ainda mais a situação econômica. “Consumimos nossas reservas para produzir vacinas, pois ninguém iria nos vender. Enquanto isso, o turismo, uma das principais fontes de receita, foi drasticamente reduzido.”
A médica destacou também o dispêndio do bloqueio para a vida cotidiana do povo cubano. “Os produtos chegam a preços exorbitantes devido à urgência de intermediários, o que encarece tudo. Respeitamos o recta dos Estados Unidos de não comercializar conosco, mas não aceitamos que impeçam outros países de fazê-lo”, afirmou. Apesar das dificuldades, Aleida ressaltou a resiliência do povo cubano e a vontade regular de imaginar um país sem essas barreiras.
No entanto, a ativista fez questão de enfatizar o papel dos movimentos populares na resistência contra o imperialismo e na luta por direitos básicos. Para ela, partidos de esquerda perdem força quando se afastam das bases. “Se dizemos que lutamos por saúde pública, precisamos provar isso construindo hospitais, melhorando o atendimento, garantindo que o povo sinta na prática o que é saúde pública. A ensino popular é precípuo nesse processo.”
Aleida elogiou lideranças brasileiras que, segundo ela, simbolizam a luta popular, porquê o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terreno (MST), e também histórias inspiradoras do Brasil, porquê a de Rosa, integrante do MST, que expressou em uma frase simples o libido de lutar por distinção: “É preferível morrer conquistando terras para nutrir meus filhos do que morrer de rafa.”
Para Aleida, a força do Brasil está em suas histórias de vida, em homens e mulheres que dedicaram suas jornadas à transformação social. Ela acredita que essas narrativas precisam ser resgatadas e difundidas para inspirar as novas gerações. “Não é só música e carnaval. Leste país tem seres humanos extraordinários que lutam por um Brasil mais digno. Precisamos prometer que essas histórias sejam contadas para que um Bolsonaro nunca mais volte.”
A mensagem de Aleida Guevara transcende fronteiras e ideologias, reforçando a influência de movimentos populares fortes e conectados ao povo. Para ela, a luta por um mundo mais justo passa pela resistência, pela ensino e pela valorização das histórias que constroem a identidade de cada país.
E tem mais…
O programa traz também mulheres que mostram que a união gera potência e transforma realidades em Minas Gerais. É o Coletivo Marias Vão Com as Outras Sim, que trabalha com agroecologia, costura criativa e artesanato sustentável.
O Maná é Saúde traz as propriedades de um fruto originário das Américas Médio e do Sul, utilizado milenarmente pelos povos indígenas para pintura corporal durante rituais sagrados, que também faz secção da culinária e da medicina brasileira: o urucum. É do cultivo dele que vive a família do senhor Luís Umbelino, no assentamento do MST Vila Conceição, que fica no município de Imperatriz (MA).
Tem receita de brócolis gratinado com a nossa chef Gema Souto.
E o Mosaico Cultural apresenta uma diva das águas que se tornou símbolo da proteção da natureza na Venezuela. A origem do doutrinado à Maria Lionza tem relação com indígenas e com a garantia das colheitas dos produtores rurais, mas a tradição se expandiu e hoje muitos seguidores estão espalhados por todo o país.
Quando e onde testemunhar?
No YouTube do Brasil de Traje todo sábado às 13h30, tem programa inédito. Basta clicar cá.
Na TVT: sábado às 13h30; com reprise domingo às 6h30 e terça-feira às 20h no ducto 44.1 – sinal do dedo HD ingénuo na Grande São Paulo e ducto 512 NET HD-ABC.
Na TV Brasil (EBC), sexta-feira às 6h30.
Na TVE Bahia: sábado às 12h30, com reprise quinta-feira às 7h30, no ducto 30 (7.1 no aparelho) do sinal do dedo.
Na TVCom Maceió: sábado às 10h30, com reprise domingo às 10h, no ducto 12 da NET.
Na TV Floripa: sábado às 13h30, reprises ao longo da programação, no ducto 12 da NET.
Na TVU Recife: sábados às 12h30, com reprise terça-feira às 21h, no ducto 40 UHF do dedo.
Na UnBTV: sextas-feiras às 10h30 e 16h30, em Brasília no Ducto 15 da NET.
TV UFMA Maranhão: quinta-feira às 10h40, no ducto ingénuo 16.1, Sky 316, TVN 16 e Simples 17.
Sintonize
No rádio, o programa Muito Viver vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista.
O programa também é transmitido pela Rádio Brasil de Traje, das 11h às 12h, de segunda a sexta-feira. O programa Muito Viver também está nas plataformas Spotify, Google Podcasts, iTunes, Pocket Casts e Deezer.
Edição: Martina Medina