A estatal chinesa China Nonferrous Metal Mining Group (CNMC) adquiriu as operações da Mineração Taboca, localizada na mina de Pitinga, próxima à hidrelétrica de Balbina, em Presidente Figueiredo, Amazonas.
A mina, situada a respeito de 100 km de Manaus, possui reservas estimadas para persistir até 100 anos e opera com uma capacidade de produção anual de 17,9 milhões de toneladas de minério.
Produção estratégica de metais raros
Além do estanho, a mina é uma importante produtora de nióbio, tântalo e elementos de terras raras — materiais essenciais para a fabricação de eletrônicos e tecnologias de ponta.
O ferro-nióbio-tântalo (FeNbTa), por exemplo, é amplamente utilizado nas indústrias eletrônica, aeroespacial e médica, em produtos porquê capacitores, turbinas e marcapassos. A compra ocorre em um momento estratégico, em que a demanda global por esses metais cresce significativamente.
Exploração de urânio está proibida
Embora a suplente contenha urânio, a exploração do minério não será permitida. Em nota ao portal Poder360, a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) esclareceu que a Constituição brasileira assegura o monopólio estatal sobre a exploração de urânio, e qualquer aproveitamento desse recurso deve ser feito exclusivamente pela União.
A CNMC terá chegada somente ao estanho e às ferroligas de nióbio e tântalo. O urânio encontrado na jazida é considerado resíduo e será descartado, sob monitoramento da Percentagem Vernáculo de Pujança Nuclear (CNEN). A INB destacou que, caso a CNMC desenvolva uma tecnologia viável para separar o urânio, será necessário um contrato formal para exploração conjunta.
Essa compra reforça o interesse da China em solidar sua presença no mercado de metais estratégicos e atender à crescente demanda global por recursos essenciais à indústria tecnológica.
Leia a íntegra do expedido do INB, obtido pelo portal Poder360: “A Indústrias Nucleares do Brasil – INB esclarece que não foi realizada nenhuma venda de mina de urânio na região de Pitinga, no Amazonas, conforme divulgado em alguns veículos de informação. “De contrato com a Lei nº 14.514, de 29 de dezembro de 2022, cabe à INB a pesquisa, a lavra e a comercialização de minérios nucleares, de seus concentrados e derivados, e de materiais nucleares, e sobre a atividade de mineração. Qualquer urânio que seja potencial subproduto no Brasil só pode ser produzido se for em parceria com a INB.”.
Indústrias Nucleares do Brasil (INB):
A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) é uma empresa pública vinculada à ENBPar e subordinada ao Ministério de Minas e Pujança (MME). Com sede no Rio de Janeiro e unidades operacionais em São Paulo, Bahia, Ceará e Minas Gerais, a INB desempenha um papel fundamental no desenvolvimento tecnológico e na produção de combustíveis nucleares no Brasil.
Originalmente controlada pela Percentagem Vernáculo de Pujança Nuclear (CNEN), a INB é responsável por atividades porquê a prospecção, pesquisa e extração de minerais pesados, além da industrialização e comercialização de areias monazíticas e terras-raras.
Sua principal função, entretanto, está na exploração e beneficiamento do urânio, desde a mineração até a produção dos elementos combustíveis que abastecem os reatores das usinas nucleares brasileiras. Esse conjunto de operações integra o chamado Ciclo do Combustível Nuclear, vital para a segurança energética do país. (Foto: reprodução via O Orbe; Natividade: Poder360)